Aparentemente, mãe criou o Facebook em 2016 e nunca mais entrou na página
Há dois anos e cinco meses, Edineia da Silva Muniz publicou pela primeira vez no Facebook uma foto procurando os três filhos. Na imagem do perfil “Procurasse Meus Filhos” (sic), aparece ela, um homem e as quatro crianças. Na descrição está: sou Edineia da Silva Muniz procuro meus filhos: Eder Muniz Peres, Elvis Muniz Peres e Luana Muniz.
Nas outras postagens, mais fotos das crianças: dois meninos e uma bebezinha. Até à publicação em que ela explica toda a situação. A separação dos filhos aconteceu há 22 anos, na cidade de Catalão, em Goiás. Quando publicou na Facebook, ela estaria morando, em Chapadão do Sul (a 330 quilômetros de Campo Grande).
Edineia conta na postagem que tem quatro filhos e cita o nome de três: Eder, Elvis e Luana. Ela escreve que duas mulheres cuidavam das crianças na ausência dela e que encaminhava dinheiro para eles.
“Essas moças gastavam e não compravam o necessário para os meus filhos. Então meu filho mais velho, Marcos, pegou seus irmãos e foi pedir comida na rua. Vizinhos viram aquilo e chamaram o conselho tutelar. Levarão meus filhos para um orfanato.
Me avisaram um mês depois que meus filhos já estavam no orfanato. Fiz de tudo pra pegá-los de volta não consegui.
Precisava da assinatura do pai e na época não estávamos mais juntos. Já estava casado e não quis vir de São Paulo até Catalão para assinar. Por isso, perdi meus filhos pra adoção. Hoje estou com o mais velho, porque na época, ligaram para os meus pais, que na hora foram buscar. Quando chegaram lá, só estava o mais velho, o Marcos”.
Edineia prossegue dizendo que correu atrás, mas, não conseguiu recuperar os filhos. Os três foram adotados por diferentes famílias. Ela afirma ainda que não teve condições de ir à Catalão e prossegue pedindo ajuda para encontrar os filhos.
Dois anos e cinco meses depois, por acaso, a página criada por Edineia foi acessada pela esposa de Eder, o filho que na época tinha quatro anos e agora, 26. Ele ainda mora em Catalão. Eder conta que a mulher colocou o nome dele no Facebook, na semana passada e encontrou a página por acaso.
Desde então, eles comentam no perfil que Edneia criou para encontrar os filhos, mas sem resposta. Eder também fez pente-fino nos amigos da mãe biológica no Facebook para buscar informações.
Foram encaminhadas mensagens para várias pessoas que moram em Chapadão do Sul para saber se alguém conhece Edneia. “Uma das pessoas me passou um número no WhatsApp e o endereço, mas, ela não responde as mensagens e parece que não entra no Facebook desde 2016”, diz Eder.
Eder explica que nunca procurou a mãe, pois, o que ele ouviu durante a infância é que estava morta. Ele não tem lembranças da mãe, do pai e se recorda apenas da pessoa que cuidava dele e dos irmãos, porém, as recordações não são boas. “O meu nome continua o mesmo, mas o sobrenome mudou. Quando ela [a mulher] me acordou para contar que achou o perfil no Facebook, fiquei em choque”.
Dos irmãos, Eder tem contato com Pedro, que quando nasceu tinha o nome de Elvis, 25 anos. Os dois moram na mesma cidade e embora tenham sido adotados por famílias diferentes, mantiveram os laços.
A irmã, Aline (que a mãe deu o nome de Luana) é autista e tem atualmente 22 anos. A família que a adotou não permitiu que mantivesse contato com os irmãos. “Quero saber o que aconteceu, porque deixou levar a gente e só depois de 20 anos conseguiu procurar”, diz o filho.
Informações podem ser encaminhas ao filho pelo telefone (64) 99228-5004.
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