A mãe de um bebê de quatro meses que teria sido jogado no Rio Negro, em Manaus, foi presa nesta quinta-feira (3) enquanto prestava novo depoimento na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), na capital. O pai da criança permanece detido.

A criança está sumida desde o dia 14 de agosto. De acordo com a Polícia Civil, o pai Josias de Oliveira Alves teria jogado o bebê no rio após uma discussão com a mãe da criança, Cleudes Maria Batista, sobre o pagamento de pensão alimentícia. O canoeiro foi preso após se apresentar à polícia no dia 21 de agosto. A defesa de Alves diz a mãe cometeu  o crime.

Cleudes teve a prisão preventiva decretada pela juíza Miza Telma, da 1ª Vara do Tribunal do Júri. A suspeita deve permanecer na sede da Delegacia de Homicídios até a próxima semana, de onde deverá ser encaminhada à Cadeira Pública, na capital.

O delegado Ivo Martins, que acompanha o caso, disse que solicitou a prisão da suspeita para garantir a instrução criminal e a ordem pública.

"Vamos poder trabalhar com maior seguridade com ela próxima da gente, do que deixar ela solta, inclusive, praticando algumas atitudes que podem ser prejudicais à investigação", disse.

Na delegacia, a mãe do bebê e o canoeiro, por meio da sua defesa, mantiveram as mesmas versões sobre o caso. O delegado informou ainda que Cleudes chorou mais quando soube da prisão do que quando falava do próprio filho.

Acareação
Em agosto, pai e mãe participaram de uma acareação. O delegado Ivo Martins disse que eles teriam dificultado a investigação com informações desconexas. Além disso, o titular informou que a mãe do bebê admitiu ter mentido em depoimentos anteriores à polícia.

De acordo com a polícia, a reconstituição do crime deve ocorrer em setembro.

Entenda o caso
De acordo com a investigação da Polícia Civil, a mãe do bebê, que mora no município de Manacapuru, a 68 km de Manaus, teria viajado para a capital com o intuito de conversar com Josias sobre o valor da pensão do filho.

Os dois se encontraram no início da noite de sexta-feira (14), segundo o delegado plantonista do 19º DIP, Carlos Rufino.

Segundo a polícia, algumas testemunhas relataram que o pai era carinhoso com o filho e que brigas entre o casal eram constantes. A mulher já possui passagem pela polícia pelo crime de agressão física, informou Martins.