O intuito é que profissionais estejam atentos a fazer a solicitação da sorologia que confirme o diagnóstico.

‘Mais uma arbovirose para conviver’, diz secretário de MS sobre caso de Febre Oropouche
Exames no Lacen. / Foto: Edemir Rodrigues - SES

Mato Grosso do Sul registrou um caso de febre do oropouche autóctone, ou seja, que teve origem no estado. O paciente de 52 anos já está recuperado e este é o segundo caso confirmado apra a doença no Estado.

Assim como a Dengue, Chikungunya e Zika, a Febre Oropouche é uma arbovirose, transmitida também por um mosquito. “Mais uma das arboviroses que os brasileiros passaram a conviver”, disse o secretário de Estado de saúde, Maurício Simões Corrêa.

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Ele ainda tranquiliza a população sobre a doença, ao explicar que, neste momento, o alerta é principalmente para profissionais da saúde. O intuito é que profissionais estejam atentos a fazer a solicitação da sorologia que confirme o diagnóstico.

“Os cuidados que a população tem que ter são os mesmo para as arboviroses, como dengue. Com a diferença que, desta vez, o mosquito transmissor e muito menos comum do que o Aedes. Então se você mora em um ambiente propício ao desenvolvimento do mosquito, onde há muita água ou próximo à matas, é importante atenção”, explica o secretário.

Caso registrado
O indivíduo de 52 anos diagnosticado com a doença procurou unidade de saúde no dia 4 de abril, no município de Itaporã, relatando sintomas de cefaleia e mialgia.

A amostra de sangue foi coletada no dia 5 do mesmo mês e enviada ao Lacen, onde foi detectado o resultado negativo para ZDC (Dengue, Zika e Chikungunya).

No dia 21 de julho, a amostra coletada foi então submetida a estratégia de detecção guarda-chuva, tendo resultado positivo para a arbovirose Oropouche.

Logo após a confirmação, a Vigilância Municipal realizou uma busca ativa para a coleta de mais informações a respeito do caso, como histórico de viagem, se adentrou em área de mata ou recebeu visitas de pessoas que tenham viajado.

Depois da investigação finalizada e com todas as respostas negativas para os questionamentos, fechou-se o relatório com o apontamento de transmissão autóctone.

“Não há motivo para pânico da população. A confirmação do caso com transmissão autóctone veio através da série de medidas implementadas pelo estado para vigilância da arbovirose. Desde junho, 818 amostras que deram negativo para o protocolo ZDC foram testadas pelo Lacen e apenas duas apresentaram o resultado positivo', reforça Jéssica.

Como é transmitida?
A transmissão da febre oropouche é feita principalmente por vetores. Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no sangue do vetor por alguns dias. Quando esse pica outra pessoa saudável, pode transmitir o vírus para ela.

Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. O mosquito culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.

Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito culicoides paraenses também é o vetor principal.

Prevenção
A orientação é similar aos casos de dengue, ou seja, ao serem notados os sintomas, a população deve procurar por atendimento em uma unidade de saúde.

As medidas de prevenção consistem em evitar áreas com a presença de maruins ou minimizar a exposição às picadas dos vetores.

Para isso, deve-se usar recursos de proteção individual, como roupas compridas e sapatos fechados, ou recursos coletivos, como realizar a limpeza de terrenos e de locais de criação de animais, fazer o recolhimento de folhas e frutos que caem no solo e usar telas de malha fina em portas e janelas.