Maquiada pelo futuro marido, noiva é quem entra na frente e dá 1º beijo no altar
As entradas foram trocadas. Ela que esperou o noivo no altar. / Foto: Marcos Ermínio

Depois de maquiar e arrumar a noiva para o grande dia, o futuro marido é quem foi aguardado no altar. No casamento de Jariz e Lidiane, realizado neste final de semana, na capelinha da Estância Jardim, em Campo Grande, não foi só a crença de que o noivo não pode ver a noiva antes do casamento que foi quebrada. A tradição dele esperá-la cruzar o altar também. Evangélicos, o casal viveu a castidade e além de não ter relação antes de se tornarem marido e mulher, o primeiro beijo foi só depois das alianças.

Poucos dias antes do casamento, Jariz Barbosa da Silva, de 25, que é maquiador e já trabalhou também como cabeleireiro, convidou o Lado B para a cerimônia. Ele sabia que o que preparava fugia do comum. Estilosos, os dois parecem ser modelos e as fotografias do casamento, um editorial. Acompanhamos então desde a preparação da noiva até o "sim", que em nenhum momento perdeu o encanto com a troca de lugares.

Os dois são de Rio Verde e foi lá que se conheceram no retiro da igreja. O namoro, incluindo o noivado, completou dois anos. Desde tempo, os primeiros 12 meses foram à distância. Lidiane veio morar na Capital para estudar e um ano depois, veio Jariz.

A decisão de nem sequer trocarem beijos teve o consenso dos dois. "Na nossa religião é ensinado o período de corte e santidade e eu já sabia que o beijo leva à outra coisa, por isso a gente optou por nem beijar, porque seria mais difícil se manter em santidade", explica.

Prestes a acontecer, o casamento para cerca de 100 convidados teria uma ritual um pouco diferenciado. Como se não bastasse ele arrumar a noiva, era ela quem esperaria pelo futuro marido no altar. "Na Bíblia fala que a igreja é a noiva que espera pela volta do seu amado, que é Jesus. A gente viu um casal que fez assim e nós dois gostamos da ideia", descreve Lidiane.

Na hora de começar a maquiagem, nenhum dos dois demonstrava qualquer nervosismo. Lidiane comentava que foi questionada por um amigo se aquilo não ia estragar a emoção quando os dois se encontrassem no altar. "Eu disse que não, que a emoção ia começar a partir do momento que ele tivesse me maquiando", deixa claro.

O noivo conta que escolher prepará-la para o casamento teve alguns motivos básicos, como também a questão financeira. "Até que me perguntaram 'mas você não vai arrumar a noiva, não é? E eu disse por que não? A gente gosta de fazer tudo diferente'. Não sou supersticioso e não vou vê-la com o vestido, para mim é muito mais bonito saber que eu estou arrumando ela", declara.

A ideia de invertei a entrada, Jariz brinca que veio do tempo em que tinham de sobra. "Como a gente não se beijou, não teve muito tempo para conversar sobre várias coisas. Nós dois gostamos de coisas diferentes e nada clichês. A ideia da noiva entrar primeiro - que representa a igreja - vem da Bíblia quando ela está à espera de Jesus. Desde o início do relacionamento nós já tínhamos decidido", resume.

Faltando minutos para a cerimônia começar, os convidados conversavam imaginando a surpresa que viria dos noivos. Pastor da Igreja Evangélica em Campo Grande, Klayton de Souza Arruda, de 39 anos, explicou que a mensagem que o casal queria passar estava em Apocalipse.