Vereadores confessaram em seus termos de declarações feitas ao DRACCO, o envolvimento com o esquema e como tudo era feito.
O pagamento da propina aos 11 dos 13 vereadores de Maracaju era feito por meio de cheque nominal, conforme investigação do DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado). O valor mensal repassado pela suposta organização criminosa, variava de R$ 2.350 a R$ 44 mil, conforme a “Operação Mensalinho”, denominação da 3ª fase da Dark Money, deflagrada no dia 8 de dezembro de 2022.
O caminho da propina está sendo desvendado pela equipe comandada pela a delegada Ana Cláudia Medina, que ainda segue analisando os documentos e computadores apreendidos no mês passado.
O excelentíssimo juiz Raul Ignatius Nogueira, da 2ª Vara Criminal de Maracaju, determinou o afastamento de 11 vereadores por 30 dias. O prazo vence no domingo (8), mas três parlamentares teriam obtido liminar no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul para retornar à função antes do prazo.
Eles são acusados de receber R$ 1.374.000,00 (um milhão e trezentos e setenta e quatro mil reais) em propina da conta clandestina, para desviar o dinheiro do município. A conta teria sangrado cerca de R$ 23 milhões dos cofres municipais.
A certeza da impunidade era tanta que o pagamento da suposta propina era feito em cheque nominal ao vereador. Presidente da Câmara Municipal na época, Hélio Albarello, recebia R$ 44 mil por mês. O dinheiro era repassado em cheque e também por meio da empresa JP Comércio e Construção.
O vereador Ludimar Portela, o Nego do Povo, ganhava R$ 10 mil por mês, conforme documento que “O Jacaré” obteve com exclusividade e foi confirmado por pessoas com conhecimento do caso.
O terceiro maior valor era pago ao vereador Robert Ziemann, que era o atual presidente da Câmara Municipal. O tucano ganhava R$ 7,5 mil por mês. Antônio João Marçal de Souza, o Nenê da Vista Alegre, ficava com R$ 7,3 mil.
Jefferson Lopes recebia R$ 5,4 mil por mês. Outros três parlamentares – Professor Dada, Laudo Sorrilha e Vergílio da Banca – ficavam com R$ 3 mil cada. E Tonton Pradence faturava R$ 2.350. O valor de Ilson Portela, o Catito, não aparece, porque segundo informações, ele recebia através de intermediários.
Cheques tinham como emitentes a empresa “Pré-Moldados Maracaju EIRELI e em nome de Edmilson A. Fernandes” todos vindos de contas no banco SICOOB. Lâminas de cheques eram nominadas aos vereadores benefeciados ou aos seus laranjas.
O escândalo é um dos maiores na história de Maracaju, terra natal de Reinaldo Azambuja (PSDB). O tucano começou a carreira política como prefeito da cidade por dois mandatos. Dr. Maurílio é seu primo, mas eles não mantêm uma boa relação.
Somente após a conclusão do inquérito, a Polícia Civil deverá decidir se indicia os vereadores por corrupção passiva e organização criminosa.
Os fatos aqui narrados, constam em documentos oficiais do inquérito processual.
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