Marido e irmã de brasileira encontrada morta já estão em Corumbá
Marido de Priscila contou que família ainda não acredita no que aconteceu e que filhos sabem que a mãe morreu. / Foto: Foto: Ricardo Albertoni/ Diário Corumbaense

Thiago Henrique Batista Ferreira, 29, marido de Priscila Aparecida Franco da Silva, 26, encontrada morta em Porto Quijarro, chegou a Corumbá, distante 419 km de Campo Grande, na tarde de ontem (14), junto com a irmã da vítima, Ana Cláudia Aparecida Franco.

Segundo informações do site Diário Corumbaense, os dois foram recepcionados pelo vice-cônsul do Brasil que atua em Puerto Suárez, Adeneles Alberto de Moura, e depois foram encaminhados à Polícia Federal para emissão de documento de imigração para entrar na Bolívia.

O marido afirmou que os familiares de Priscila não conseguem acreditar no que aconteceu e que os filhos viram as fotos da mãe, ficaram desesperados e que agora estão com a avó paterna. "Tive que explicar, mas não falei como aconteceu. Disse que ela sofreu um acidente de ônibus e que a mamãe estava no céu. No momento, eles até estão entendendo, mas quando bater a saudade, vai ser difícil, vai ser dolorido”, afirmou.

Thiago afirmou que pretende terminar de construir a casa e seguir a vida em frente “infelizmente sem ela”. Como eles não eram casados formalmente, a irmã da vítima precisou ir até Corumbá, pois somente alguém da família está autorizado a reconhecer oficialmente o corpo em Santa Cruz de la Sierra.

Ana Cláudia, irmã da vítima, alegou que Priscila era sua única irmã e tudo para ela. "Ela representava tudo para mim, uma irmã, uma mãe, uma amiga. Era só com ela que eu podia contar e ela comigo, agora só ficou eu e o meu cunhado, porque minha avó já é de idade, tem quase 90 anos. Minha filha mais nova ficou doente por causa do que aconteceu com ela. Ela era tudo para todo mundo, uma ótima pessoa”, desabafou.

O corpo de Priscila já foi liberado. O bebê que estava sendo gerado por ela foi retirado pelos legistas de Santa Cruz e também já foi liberado. O que falta é a identificação oficial do corpo por parte de algum familiar de Priscila, no caso, a irmã dela, Ana Cláudia.

Ainda conforme o site Diário Corumbaense, desde o dia que o corpo de Priscila foi encontrado, na manhã de 08 de janeiro, o Consulado do Brasil na Bolívia está contando com ajuda de diversos órgãos que estão colaborando de forma voluntária e humanitária com a questão legal do caso.

Como não se sabia quem era a vítima, mas havia uma desconfiança de que era brasileira, por causa das moedas nacionais que foram encontradas com a vítima, o corpo foi enviado a Santa Cruz de la Sierra, por causa das precárias condições do necrotério local.

Conforme o advogado José Carlos dos Santos, integrante do grupo humanitário formado em Corumbá para dar apoio à família às questões legais do caso, foi feita autopsia no corpo de Priscila e foi constatado um feto. "Nós temos a confirmação pelo Consulado do Brasil, em Santa Cruz, que foi feita autopsia no corpo de Priscila e foi constatada a existência de um feto, no caso um natimorto que é justamente quando não chegou a nascer. O feto foi encontrado e não chegou a respirar. Se tivesse respirado, então ele seria uma pessoa, um cidadão, que deveria ser lavrado inclusive um documento com certidão de nascimento para depois ser feito o atestado de óbito. Como ainda se tratava de um feto, com a morte da mãe, o feto morreu também”, explicou.

O advogado alegou que o Consulado do Brasil na Bolívia, disponibilizou um advogado boliviano que está fazendo o acompanhamento dos familiares na tramitação na Bolívia.

O corpo de Priscila não poderá ser cremado, porque o caso está sob investigação. Há a possibilidade do translado para o Brasil e do enterro na Bolívia. Um amigo da família de Priscila, em Campinas, está levantando recursos para o translado do corpo.