MS celebra um marco histórico na produção de açúcar, consolidando-se como um dos principais protagonistas do setor sucroenergético no Brasil.
De acordo com dados fornecidos pela Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do estado), a quantidade de cana moída entre abril e novembro deste ano registrou um aumento significativo de 3,8% em relação ao ciclo anterior.
Em 30 de novembro, o setor atingiu a impressionante marca de 46,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processadas, um feito notável considerando que a safra 2023/2024 ainda está em andamento, com previsão de encerramento apenas em março do próximo ano, conforme informado pelo G1.
A qualidade da safra também é um destaque importante. Além da quantidade recorde de cana, a atual safra apresenta uma melhoria na qualidade em comparação com a anterior. A concentração de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis), indicador crucial da qualidade do produto produzido, aumentou em média 3,32%, atingindo os 142,50 quilos por tonelada de cana.
O diretor-executivo da Biosul, Érico Paredes, atribui esse sucesso às condições climáticas favoráveis ao longo do ano. "É um ciclo de recuperação de produção e produtividade em Mato Grosso do Sul. A boa distribuição de chuvas nos canaviais permitiu que as usinas avançassem nos seus cronogramas de colheita, preservando a qualidade da matéria-prima e estendendo os trabalhos nas lavouras", explica Paredes.
Com uma maior quantidade de matéria-prima disponível, houve um incremento significativo na produção de açúcar, etanol e na cogeração de bioeletricidade. A produção de açúcar cresceu impressionantes 55% em comparação com o mesmo período da temporada passada, ultrapassando as 2 milhões de toneladas, marcando a maior produção da história do estado.
A produção de biocombustíveis também atingiu números expressivos, com 3,2 bilhões de litros de etanol, incluindo a produção a partir do milho. Desse total, 2,2 bilhões de litros são de etanol hidratado, destinado aos postos de combustível, e 1 bilhão de litros de etanol anidro, misturado à gasolina.
O avanço no processamento da cana-de-açúcar também se reflete na produção de energia elétrica. De abril a setembro, foram exportados 1,4 milhão de MWh (Megawatt-hora) para o Sistema Interligado Nacional (SIN), representando um aumento de 9,7% em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) compilados pela Biosul.
A recuperação notável do setor sucroenergético de Mato Grosso do Sul ocorre em um momento crucial, pois o estado vive a terceira fase de expansão no setor. Atualmente, é o quarto maior produtor de cana-de-açúcar do Brasil, contando com 18 indústrias sucroenergéticas em operação e quatro projetos em andamento.
No último ano, o setor também experimentou um aumento na produção de etanol de milho, adicionando uma nova dimensão à sua contribuição para a matriz energética. Essa atividade, caracterizada por alto investimento e alinhada aos princípios de sustentabilidade, não apenas impulsiona a economia local, mas também fortalece a posição do estado como produtor de energia limpa e renovável.
A Biosul destaca que os avanços na produção sucroenergética e os novos investimentos impulsionam a geração de empregos, o desenvolvimento regional e a participação positiva na balança comercial do estado. Mato Grosso do Sul, assim, reafirma sua relevância no cenário nacional como um player fundamental na produção de bioenergia.
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