Ao todo, 56 dos 79 municípios enfrentam seca extrema desde a chegada do fenômeno El Niño, neste ano.

Mato Grosso do Sul enfrenta o pior período de seca em 40 anos
Vegetação queimada nas margens da BR-262, em Corumbá. / Foto: Arquivo/Campo Grande News

Mato Grosso do Sul enfrenta a pior estiagem desde 1980, de acordo com levantamento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais). Ao todo, 56 dos 79 municípios enfrentam seca extrema desde a chegada do fenômeno El Niño, neste ano.

Os índices de chuva foram zero nas estações de: Coxim, Pedro Gomes, Rio Verde de Mato Grosso, Chapadão do Sul, Cassilândia, Costa Rica, Camapuã, Sonora e Nhecolândia (região do Pantanal de Corumbá).

O órgão, ligado ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), realiza o monitoramento da seca desde 2012. Na última parcial, 17 unidades federativas mantiveram a estiagem recorde entre maio e agosto.

Hoje, mais de 3,8 mil cidades estão com alguma classificação de seca (de fraca a excepcional). O índice de seca é calculado com base no índice de chuva, variando conforme a proximidade ou distância da média e período.

Conforme antecipado, a ANA (Agência Nacional de Águas) decretou situação de escassez hídrica na região hidrográfica do Paraguai, válido até 31 de outubro de 2024. A resolução levou em conta os boletins do serviço geológico, que identificou índices mínimos dos níveis dos rios.

A Região Hidrográfica Paraguai ocupa 4,3% do território brasileiro, abrangendo parte de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, inclusive, o Pantanal, a maior área úmida contínua do planeta, e se estende por áreas da Bolívia e do Paraguai. Dentre seus principais cursos d’água, destacam-se os rios Paraguai, Taquari, São Lourenço, Cuiabá, Itiquira, Miranda, Aquidauana, Negro, Apa e Jauru.

Em comunicado enviado nesta segunda-feira (26) ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), a agência informou que a paralisação das navegações transportando cargas ocorreram durante a semana passada.

Segundo a agência, por conta das paralisações das operações, em municípios ribeirinhos começaram a ser realizadas demissões. Além disso, as produções de grãos em grande escala e de minério de ferro começaram a ser transportadas pelas rodovias.

“Estamos agora diante de uma situação crítica: as empresas de navegação e toda a cadeia produtiva associada já estão sendo obrigadas a adotar medidas drásticas, uma vez que enfrentaremos, provavelmente, cinco meses sem navegação', ressalta o comunicado.