Em todos os casos, pacientes relataram terem sido convencidas a fazer bioplastia. Defesa do médico não foi localizada.
Pelo menos dez pacientes de Brasília relatam ter ficado com o rosto deformado pelo médico Wesley Murakami, que já foi condenado a indenizar uma mulher que denunciou o mesmo problema. As vítimas contam que foram convencidas por ele a fazer a bioplastia, com a promessa de um resultado perfeito. A defesa de Wesley Murakami não foi localizada.
Uma das vítimas é uma professora que preferiu não se identificar. Ela declarou ter procurado o médico em 2014 para reduzir marcas de espinha, mas saiu do consultório convencida a fazer a bioplastia – injeção de uma substância para mudar a forma do rosto ou do corpo. Pagou R$ 5 mil.
“Eu fiquei deformada, fiquei com vergonha de ir para a escola. Colocava cabelo na frente. As pessoas me olhavam estranho e cada vez que eu tinha que me comunicar, porque eu tinha que lecionar, o meu rosto inchava mais, e aquilo me incomodava horrores.”
Outra paciente, uma jovem de 23 anos, tinha vergonha do queixo e procurou o médico, que também convenceu a fazer o procedimento. Arrependida, agora ela se esconde na hora de tirar fotos em festa da família ou de amigos.
“Eu vou para comprar uma roupa, eu olho e a roupa está perfeita. Mas eu olho para o meu rosto e falo: ‘Não vou, não quero’.”
Em 2012, o empresário Alexandre Garzon procurou o médico na clínica dele, em Taguatinga, para tratar as marcas das espinhas. Também foi convencido de que a bioplastia traria o resultado esperado. A substância usada, o polimetilmetacrilato, também deixou o rosto dele deformado.
“Quando eu vi o resultado, que eu olhei no espelho, o meu rosto estava gigantesco. Dá para ver nas fotos ai. Ele me deu até uma máscara para poder ir embora, e meu rosto ficava de fora da máscara, de tão grande.”
Ele pagou R$ 7 mil pela cirurgia, mas entrou na Justiça, que condenou o médico em 2014 a pagar indenização por danos morais. Até agora, no entanto, Alexandre não recebeu os valores.
O médico é alvo de processos éticos nos conselhos regionais de medicina do DF e de Goiás. Vítimas procuraram a polícia para denunciar os casos, ainda investigados como lesão corporal culposa.
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!