Comerciante brasileiro espancado por pistoleiros que destruíram casas e loja de carros teria deixado a região após ser ameaçado de morte se não pagar 200 mil dólares até o dia 3 de janeiro
O medo impera em Ypejhú, povoado paraguaio de menos de 2.500 habitantes, vizinho de Paranhos (MS), a 469 km de Campo Grande. No dia 19 deste mês, 30 bandidos armados promoveram um ataque com explosivos à mansão e à loja de veículos da família Alderete Peralta. O grupo estava atrás de Diego Zacarias Alderete Peralta, chefe local tráfico de drogas.
No mesmo dia, outro comerciante da cidade, o brasileiro Emiliano Fernandes, teve sua casa invadida pelos bandidos, foi espancado e ameaçado de morte se não pagar 200 mil dólares para a quadrilha.
O prazo de 15 dias dado ao empresário – dono de um posto de combustíveis na Linha Internacional – vence no dia 3 de janeiro, quinta-feira da próxima semana. Os bandidos teriam ameaçado matá-lo com sua família se o dinheiro não for pago até o fim do prazo.
Oficialmente a polícia paraguaia não revela se Emiliano tem ligações com os Alderete Peralta, mas o dinheiro cobrado seria de dívidas dele com grupos criminosos. O Campo Grande News apurou que Emiliano teria deixado a região temendo um novo ataque na semana que vem.
A imprensa paraguaia cobra providências da Polícia Nacional e do Ministério Público diante do clima de medo que impera na pequena cidade do Departamento de Canindeyú. Após a cobrança, o promotor Jorge David Romero se deslocou de Curuguaty até Ypejhú.
Segundo fontes do jornal ABC Color, os pistoleiros estariam nos arredores da cidade, esperando para a extorsão ser cumprida. Caso contrário, pretendem promover novo ataque.
Ainda conforme o jornal paraguaio, o grupo estaria a mando do brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, 32, o “Minotauro”, que declarou guerra aos bandidos rivais para controlar sozinho o tráfico de drogas na fronteira.
O chefe da Polícia Nacional em Canindeyú, comissário Vidal Achucarro, disse que o policiamento na cidade foi reforçado por homens do Grupo Especial de Operações. Segundo ele, 20 policiais trabalham por turno na cidade.
Na madrugada de 19 de dezembro, quando o bando atacou a mansão e aloja da família Zacarias, nenhum policial paraguaio estava nas ruas.
Segundo alegaram oficiais paraguaios, alguns pistoleiros armados cercaram a delegacia para que não interferissem, mas policiais da fronteira desmentem a versão. Os agentes de plantão não interviram por medo de um confronto. A quadrilha era mais numerosa e bem armada.
Nesta sexta-feira (28), o promotor Lucrecio Cabrera solicitou ao comandante da Polícia Nacional, Gregorio Walter Vázquez, o maior reforço possível no efetivo policial de Ypejhú para evitar o ataque ao comerciante brasileiro.
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