O uso de boas práticas no manejo do solo pode ajudar no aumento de produtividade e garantir alimentos para o mundo que terá como desafio, para os próximos 50 anos, produzir o equivalente ao dobro do que já foi produzido desde o desenvolvimento da agricultura.
A afirmação foi feita pelo cientista Paul Fixen, vice-presidente sênior do International Plant Nutrition, durante o 5º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado em São Paulo.
Para ele, com a gestão adequada dos solos, algumas fazendas podem aumentar a produção de alimentos em até 58%.
“A má notícia é que muitos países do mundo não têm cuidado bem dos solos e cerca de 40% deles estão degradados”, ressaltou o cientista, salientando que metade das áreas agricultáveis no mundo foi perdida nos últimos 150 anos.
Fixen destacou ainda a importância dos fertilizantes no aumento da produtividade, acrescentando que entre 40% e 60% da produção mundial de alimentos dependem da utilização destes insumos.
“Temos tecnologia para fazer uma adubação cada vez mais eficiente, quase que adaptada a cada planta, de forma a aumentar a produtividade, sem desperdiçar insumos e sem causar impactos ambientais decorrentes da adubação excessiva e desnecessária.”
DESAFIO
Na opinião do secretário-geral da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), Reinaldo Cantarutti, conservar o solo é um grande desafio para o País.
“O Brasil precisa de uma política reguladora da conservação do solo, de forma a garantir a segurança alimentar”, sugeriu.
Presidente do Conselho de Administração da Anda, George Wagner Bonifácio comentou que o Brasil vive um momento de grande incerteza econômica e política e “precisa de uma política adequada de seguro agrícola, além de melhorar a infraestrutura de logística, fazer a reforma trabalhista e ter uma estratégia correta de acordos comerciais com países relevantes, considerando as peculiaridades do agronegócio”.
Já Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e presidente da Academia Nacional de Agricultura da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), demonstrou sua preocupação com o reflexo da queda das bolsas asiáticas, principalmente a chinesa, que ocorreu nesta semana, sobre o agronegócio brasileiro.
“O Brasil é um grande exportador de commodities e qualquer retração no crescimento da China afeta o setor”, analisou.
PLATAFORMA DIGITAL
Durante o encontro, a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda) anunciou, para o mês que vem, o lançamento da plataforma digital “Nutrientes para a Vida”, com o objetivo de levar os conceitos da indústria de fertilizantes, considerando os aspectos econômicos, sociais, tecnológicos e também de sustentabilidade.
Na abertura do 5º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, também estiveram presentes o secretário-adjunto da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Rubens Rizek, e o secretário estadual de Logística e Transporte de São Paulo, Duarte Nogueira.
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