Aparecida Gonçalves foi escolhida por Lula na última semana para comandar o ministério da Mulher.
Especialista em gênero e violência contra a mulher, Aparecida Gonçalves, a Cida Gonçalves, escolhida para comandar o Ministério da Mulher pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, disse em visita à redação do Correio do Estado, na sexta-feira (23), que sua gestão será pautada para todas as mulheres que residem no País.
“Vou fazer uma política para 100% das mulheres. Eu não quero saber quem votou no Lula ou quem não votou no Lula. Essa é a minha política. Sou ministra da mulher do Brasil e das mulheres que escolheram residir em nosso País”, disse a ministra.
Cida relatou em entrevista exclusiva ao Correio do Estado já ter uma plataforma de governo para pôr em prática nos próximos quatro anos. Ela sustenta que o caminho para atacar a violência e o feminicídio começa pelos pactos que pretende esquadrinhar com os prefeitos das cidades e o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), por exemplo.
A ideia da ministra, que assume a Pasta na semana que vem, é conhecer logo a realidade de cada estado.
O combate ao feminicídio é um dos principais desafios do ministério da Mulher, tanto que, segundo Cida Gonçalves, o assunto será tema de audiência com a participação dela e de Flávio Dino (PSB), senador eleito do Maranhão, definido por Lula como ministro da Justiça.
“Eu falei ontem [quinta-feira, 22] para Flávio Dino que semana que vem [esta] nós já vamos sentar para discutir uma estratégia para a questão do feminicídio”, afirmou Cida Gonçalves.
MAIS DIÁLOGOS
“Eu vou falar com o governador de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia”, avisou Cida, na sexta-feira (23), quando visitou pela primeira vez uma redação do Estado, já como ministra.
Cida nasceu em Clementina, em São Paulo, mas mudou-se para a Capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, em 1983. Desde então, cerca de quatro décadas, ela atua como militante dos direitos das mulheres.
A escolhida ministra exerceu missão de secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres nos dois primeiros mandatos de Lula e ainda no governo de Dilma Rousseff (2003-2016). Mas, lá atrás, em 1999, Cida já havia ocupado cargo em área parecida.
No governo de Zeca do PT, que comandou MS de 1999 a 2006, Cida foi assessora da Coordenadoria da Mulher da Secretaria de Assistência Social, Cidadania e Trabalho.
PRIMEIRAS AÇÕES
Cida Gonçalves disse que seu ministério deve priorizar, logo no início, além do diálogo com governos estaduais e prefeituras, a criação de meios que facilitem a autonomia econômica da mulher.
Um dos braços dessa promessa é que todos os estados e municípios criem o que chamou de “coordenadorias de políticas para as mulheres”.
Ainda de acordo com Cida, com as coordenadorias, as mulheres terão acesso ao “ministério no âmbito federal, a uma secretaria forte no estado e a uma secretaria forte no município, e isso é um eixo de nível institucional”.
A ministra disse ainda que é plano seu o de abordar a mulher em contexto político.
Ela disse que é preciso “fortalecer a bancada feminina no Congresso Nacional [onde ficam os deputados federais e senadores], na Assembleia Legislativas [deputados estaduais] e nos municípios [prefeitos e vereadores]. É preciso fortalecermos os espaços das mulheres dentro dos partidos políticos, de todos os partidos políticos”, afirmou.
Cida acrescentou, também, que “é importante dizer isso e também discutir no setor privado de que forma nós vamos colocar as mulheres nos espaços de poder”.
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!