Morreu, nesta quarta-feira, Odete Lara aos 85 anos. A atriz e cantora sofreu um infarto por volta das 7h15m, em uma clínica de repouso onde morava no Rio de Janeiro desde que sofreu uma queda que resultou em uma fratura do fêmur. O velório acontece no Parque Lage, nesta quarta, às 16h30m. Depois, seu corpo será levado para Nova Friburgo, onde será cremado nesta quinta, segundo a amiga Letícia Fontoura confirmou ao GLOBO.
A paulista tem no currículo mais de 40 filmes, como "Bonitinha, mas ordinária" (1963) e "Vai trabalhar, vagabundo" (1973). O primeiro filme de sua carreira foi "O gato de madame", em 1956, ao lado de Mazzaropi, a convite do autor Abílio Pereira de Almeida.
Sua carreira musical foi perpetuada através de dois LPs: "Vinicius e Odete" (1963), resultado das apresentações com o poeta no espetáculo Skindô, e "Contrastes" (1966), que traz composições de Vinicius de Moraes e Tom Jobim. A atriz também trabalhou com grandes nomes da música, como Sergio Mendes, na faixa "Eles e ela", e Chico Buarque, na canção "Meu refrão".
Na TV, Odete fez sua estreia como atriz na então recém-inaugurada TV Tupi numa versão da peça "Luz de gás", com Tônia Carrero e Paulo Autran, em 1952, e participou ainda de "A branca de neve e os sete anões", como a Rainha Má. Entre 1953 e 1954, ficou conhecida pelo "Programa da Vanguarda", na mesma emissora. O début em novelas aconteceu em 1965, como a Carlota de "Em busca da felicidade", na TV Excelsior. De volta à TV Tupi, viveu a Flora de "As bruxas", em 1970, e a Helena, de "A volta de Beto Rockfeller", em 1973. Aos 63 anos, Odete fez seu primeiro papel na Globo, como a Ester, de "O dono do mundo" - atualmente reprisada no canal Viva. O convite veio do próprio autor Gilberto Braga, que já havia chamado a atriz para viver a vilã Odete Roitman em "Vale tudo", papel recusado por ela. Sua última novela foi "Pátria minha", em 1994.
Sem deixar filhos, ela foi casada com o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho, o autor Euclydes Marinho e com o diretor Antonio Carlos Fontoura.
"Hoje foi o dia de Odete Lara, brava guerreira, grande atriz. Odete era uma pessoa de alta espiritualidade, sua vida foi uma rosa dos ventos, atriz dos maiores diretores de cinema e teatro, encontrou um momento de tranquilidade na Califórnia, regressou, continuou a ser nossa Marlene Dietrich, a voz, a beleza e, sobretudo, a independência revolucionária", disse o produtor cultural e amigo Fabiano Canosa.
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