Mãos calejadas eram a herança que Antenor Umbelino da Silva, 67 anos, carregava dos quase 50 anos de trabalho duro no campo. Prestes a se aposentar, o idoso teve o sonho de deixar de trabalhar na chácara de outros e comprar a sua própria para descansar foi arrancado em um acidente, no sábado (16), que sua família considerou inimaginável.

Ele era passageiro de um ônibus coletivo e ia visitar a irmã, como fazia em todos os finais de semana, mas seu destino foi interrompido quando o motorista freou bruscamente e o idoso caiu, bateu a cabeça e depois morreu.

De acordo com seu filho, Fabrício Ceriaco da Silva, 32 anos, a dor é insuportável e o descaso da empresa do ônibus em que seu pai estava só agrava a situação. “Não fomos procurados nem pelo motorista e muito menos pela empresa”, afirma, aproveitando a oportunidade para contar que era da rotina de seu pai pegar ônibus todos os finais de semana para visitar familiares. “Nunca imaginávamos que algo assim poderia acontecer”, diz.

Segundo ele, seu pai já estava com um processo correndo na justiça para garantir sua aposentadoria e assim finalmente descansar os pés e as mãos que tanto trabalharam para garantir o sustendo dele e de sua mãe, Lemir Ceriaco da Silva, 69 anos, com quem era casado há 35 anos. “Como sempre trabalhou na chácara dos outros ele não cansava de dizer que queria comprar e cuidar das terras de sua própria”, desabafa.

Abalados, mãe e filho não sabem se tomaram alguma atitude com relação ao acidente que tirou a vida de Antenor só conseguem afirmar que a falta que ele fará é imensurável.

O corpo do idoso foi enterrado às 10h no cemitério Santo Amaro.

O acidente aconteceu por volta das 23h, de sábado, na Rua dos Amigos, no Jardim Anache e a vítima chegou a ser socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas não resistiu.

O condutor do veículo da Viação São Francisco, Lincown Adriano Duarte fez o teste do bafômetro e o resultado deu negativo. Aos policiais, ele disse que tentou evitar bater em um motociclista.

O caso foi registrado como morte a esclarecer na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.