“Os números mostram a importância do Mato Grosso do Sul no que diz respeito a produção de fécula, figurando como importante produtor e exportador”, destacou o titular da Semadesc, Jaime Verruck.
Mato Grosso do Sul bateu novo recorde na exportação de fécula de mandioca, registrando primeiro lugar do País nas vendas externas em 2022, com 23 mil toneladas e US$ 17 mil dólares em receita. Em 2023, o Estado ocupou a segunda posição. O maior produtor de mandioca do Estado é o município de Itaquiraí, ao sul de MS .
Segundo nota distribuída à imprensa nesta quarta-feira pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) a ampliação do mercado nacional e abertura das exportações atraíram nos últimos dois anos investimentos que somam 50 indústrias de amidos, farinhas, féculas e derivados da mandioca (fecularias), com destaque para a região sul do Estado. Os investimentos prospectados no setor somam R$ 35,7 milhões, com previsão de geração de 237 empregos diretos.
“Os números mostram a importância do Mato Grosso do Sul no que diz respeito a produção de fécula, figurando como importante produtor e exportador”, destacou o titular da Semadesc, Jaime Verruck.
Ele salienta que o Governo do Estado vem apostando no segmento por meio de ajuda na expansão da produção de mandioca, principalmente na agricultura familiar, com equipamentos e assistência técnica; além de apoio a cadeia produtiva com a instalação de indústrias, por meio dos incentivos fiscais.
Indústrias em destaque
Entre os destaques em indústrias no Estado, estão a Fecularia Eldorado, no município de mesmo nome. A unidade está sendo implantada às margens da BR, no trecho entre Eldorado e Itaquiraí, e deve criar 24 empregos diretos, com investimentos: R$ 15,6 milhões. A indústria produzirá fécula de mandioca e tem capacidade de processamento de 400 toneladas/dia, em duas fases. A previsão é que a operação inicia ainda neste primeiro semestre.
Outro projeto em andamento é a DM Amidos, que está sendo iniciada em Iguatemi com previsão de gerar 37 empregos diretos. Os investimentos estimados estão em R$ 5,3 milhões na produção fécula de mandioca e derivados a partir do processamento de 200 toneladas/dia. A Prefeitura já realizou a doação do terreno e a obra já está na fase de terraplanagem.
Em Anaurilândia, uma indústria vai investir R$ 25 milhões para gerar 60 vagas de tabahao. A Anaurilândia Amidos está em fase de construção às margens da MS-276, próximo às instalações da Cooperativa Copasul. A capacidade de processamento será de 200 toneladas/dia.
Já entre as empresas em operação estão a Gonçalves & Tortola, do grupo GT Foodsm, que adquiriu a fecularia Amidos Mundo Novo, à margem da BR 163 e gera 80 empregos diretos. O investimento e ampliação da indústria foi de R$ 2,9 milhões principalmente para iniciar as operações de exportação. No local são produzidas a fécula de mandioca, dextrina e amido pré-gel.
Em Ivinhema, a Farinha Glória também está sendo ampliada com investimentos R$ 8 milhões. A empresa produz farinha de mandioca biju, fécula de mandioca, tapioca e polvilho. A capacidade de processamento de mandioca será de 100 toneladas/dia, após ampliação.
Outra indústria que opera no município é a Ivinhema Amidos, que gera 28 empregos diretos e teve recursos de R$ 1,4 milhão. A fábrica produz amido de mandioca azedo e fécula de mandioca e tem capacidade de processamento 5.250 toneladas/ano.
Produção
Segundo dados da coordenação de Estatísticas da Semadesc, com base no levantamento da pesquisa PAM (Produção Agrícola Municipal) e Censo Agropecuário do IBGE, em 2022, o valor da produção e mandioca em MS ficou em R$ 983,2 mil. O setor conta com 12.329 Unidades e produziu em 2022, o equivalente a 957.446 Toneladas. O rendimento médio da cultura ficou em 22.230 Kg por hectares em uma área colhida 43.070 hectares.
A mandioca é nossa
Originária da América do Sul, a mandioca constitui o segundo alimento energético (atrás apenas do arroz) para 1 bilhão de pessoas, principalmente nos países em desenvolvimento. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), há cerca de 100 países produtores de mandioca, sendo que o Brasil participa com 5,7% da produção mundial. O País é o quinto maior produtor do mundo, atrás da Nigéria, República Democrática do Congo, Tailândia e Gana, segundos dados de 2021 da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).
De fácil adaptação, a mandioca é cultivada em todos os estados brasileiros, situando-se entre os oito primeiros produtos agrícolas do país, em termos de área cultivada, e o sexto em valor de produção. De modo geral, 40% das raízes são destinadas à produção de farinha, 20% para produção de amido e o restante, destinadas a usos como mandioca de mesa e alimentação animal.
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