Desde o início do ano, aproximadamente 594 mil hectares do Pantanal Sul-mato-grossense foram queimados, representando 6% da área total do bioma no Estado.

MS chega a período crítico da seca com ação integrada para combater incêndios no Pantanal
Desde o início do ano, aproximadamente 594 mil hectares do Pantanal Sul-mato-grossense foram queimados, representando 6% da área total do bioma no Estado. / Foto: Divulgação

Operação Pantanal 2024, ação conjunta das estruturas do Governo de Mato Grosso do Sul em parceria com o Governo Federal para combater os incêndios florestais no Pantanal sul-mato-grossense foi intensificada nesta semana, com visita da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ao lado da ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do ministro Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional, para formalizar o reforço financeiro de R$ 137,6 milhões, destinados a atividades como combate direto ao fogo, aquisição de equipamentos, transporte e logística.

Esse fato relevante, resultado da atuação do Governo do Estado junto à União, ocorre no momento em que os organismos internacionais de monitoramento climático reforçam ainda mais o crítico prognóstico desenhado para Mato Grosso do Sul. De acordo com relatório mensal da agência norte-americana para os oceanos e o clima (NOAA), o planeta enfrentou em 2024 seu primeiro semestre mais quente já registrado. A temperatura da superfície global de janeiro a junho foi classificada como a mais quente em 175 anos, com 1,29°C acima da média de 13,5°C, registrada no século 20 (1901-2000). Segundo o NOAA, os primeiros seis meses de 2024 registraram temperaturas recordes tanto em terra como na superfície do mar.

“Chama atenção a área de Mato Grosso do Sul e do Paraguai, que registraram temperaturas de 1.5°C graus a 2.0°Cs acima da média. Conforme o NOAA, nossa região ficou mais quente do que a média global”, comenta Vinicius Sperling, meteorologista do Cemtec (Centro Estadual de Monitoramento do Tempo e do Clima), da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Vinicius acrescenta que os dados do NOAA reforçam o acompanhamento do monitoramento de secas, do Cemtec. “Na cronologia das condições de seca em Mato Grosso do Sul de outubro de 2023 a junho de 2024, o destaque que observamos é o fato de essas condições se estabelecerem em pleno período das chuvas. Houve uma mudança importante no monitor de secas em junho de 2024, com partes do Pantanal sul-mato-grossense passando de seca moderada para seca grave”, informou.

O secretário Jaime Verruck, da Semadesc, que coordena o CICOE (Centro Integrado de Controle Estadual) lembra que desde o ano passado as temperaturas médias têm superado a média histórica, resultando em sérios problemas, incluindo uma crise hídrica na bacia do Paraguai devido ao baixo volume de chuvas. “Diante dessa situação, foi declarado estado de emergência ambiental há mais de seis meses, prevendo a tendência de baixa pluviosidade. Essa seca prolongada afetou as nossas lavouras de soja e milho e aumentou a frequência de incêndios, principalmente no Pantanal”, comentou.

Aporte de recursos do governo do Estado e da União garante infraestrutura adequada para forças de segurança evitarem a repetição dos incêndios de 2020, lembra o secretário Jaime Verruck

Desde o início do ano, aproximadamente 594 mil hectares do Pantanal Sul-mato-grossense foram queimados, representando 6% da área total do bioma no Estado. A Operação Pantanal 2024, que já dura mais de 100 dias, conta com a atuação de 516 bombeiros militares, além de integrantes do Ibama, ICMBio, PrevFogo, Força Nacional e Forças Armadas, totalizando mais de 400 pessoas. A estrutura de combate inclui 11 aeronaves de combate ao fogo, como aviões modelo Air Tractors e helicópteros, além do cargueiro KC-390 da Força Aérea, e 39 veículos, entre caminhonetes, caminhões e lanchas.