Em Mato Grosso do Sul, segundo o calendário do zoneamento agrícola, o último dia para semeadura da soja no Estado é 24 de dezembro.
Mato Grosso do Sul confirmou a primeira ocorrência de ferrugem-asiática na safra de soja 2023/24, nesta quinta-feira (14), por meio da Fundação MS. A lavoura localizada em Laguna Carapã, na região sudoeste do Estado, foi plantada na 2ª quinzena de setembro e está no estádio fenológico chamado de R5, quando ocorre o início da formação e enchimento dos grãos.
A notícia foi divulgada no início da noite desta quinta-feira pela Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul). No ciclo 2022-2023 o MS registrou 57 casos da doença nas lavouras de soja, espalhados por todas as regiões produtoras.
Mato Grosso do Sul tem 12 laboratórios preparados para exames de confirmação da doença, espalhados pelas cidades de Naviraí, São Gabriel do Oeste, Chapadão do Sul, Dourados, Maracaju e Campo Grande.
Esta semana (quarta-feira, dia 13) a coluna Lado Rural alertou para o fato de que o vizinho estado do Paraná ate então já tinha registro de 61 casos de ferrugem-asiática. O município de MS que registrou o primeiro caso fica na região Sul de Mato Grosso do Sul, lado próximo da fronteira com o estado paranaense, que no ano passado bateu o recorde nacional de registro da doença, com 83 casos, seguido pelo MS com 57. A distância entre Laguna Carapã (MS) e o município de Toledo (PR), onde já houve registro de 5 focos, é de apenas 370 quilômetros.
Vento dispersa o fungo
Segundo a Embrapa, há outras maneiras de dispersão do fungo causador da ferrugem-asiática, mas a principal forma de disseminação acontece pelo vento, que transporta os esporos das plantas de uma área vizinha contaminada para outra sadia.
Segundo alerta feita na plataforma Consórcio Antiferrugem, administrada pela Embrapa, as semeaduras tardias causadas pelo excesso de chuvas no Sul do País e menor volume de chuvas no Centro-Oeste podem aumentar a janela de semeadura e, nas semeaduras tardias, a doença tende a ser mais severa pelo aumento de inóculo do fungo.
Em Mato Grosso do Sul, segundo o calendário do zoneamento agrícola, o último dia para semeadura da soja no Estado é 24 de dezembro. O plantio está, portanto, em sua reta final, com previsão de fechar com uma área plantada de 4,265 milhões de hectares.
Brasil tem 77 casos
Até o momento, o Consórcio Antiferrugem, plataforma de monitoramento gerenciada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), identificou 77 casos em todo o Brasil. Além de Mato Grosso do Sul, o Paraná tem registro de 63 focos, Rio Grande do Sul tem 6; Santa Catarina tem 4 e São Paulo tem 3.
O poder destrutivo da ferrugem-asiática
Segundo a Aprosoja-MS, a doença causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi pode reduzir a produção de soja em até 90%, de acordo com pesquisas da Embrapa. Os sintomas iniciam no terço inferior das plantas, com lesões escurecidas na face adaxial (superior) e estruturas de reprodução do patógeno na face abaxial (inferior) das folhas.
Com a evolução da doença, as pontuações aumentam, reduzindo a área fotossinteticamente ativa, causando amarelecimento e queda das folhas. A partir disso, a produção de fotoassimilados é comprometida, prejudicando o enchimento dos grãos e consequentemente, a produtividade das plantas.
Informações sobre a eficiência dos fungicidas para controle da ferrugem-asiática na safra 2023/2024 estão disponíveis na publicação “Eficiência de fungicidas para o controle da ferrugem-asiática da soja, Phakopsora pachyrhizi, na safra 2022/2023: Resultados sumarizados dos ensaios cooperativos (Circular Técnica 195"), disponível gratuitamente para download.
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