Policiais da Decat (Delegacia Especilalizada de Repressão a Crimes Ambientais e de Proteção ao Turista) e agentes do CCZ (Centro de Controle de Zoonozes) estiveram na tarde desta segunda-feira (23) na casa do bairro Estrela do Sul, onde uma cachorra teria sido abandonada pelo dono, conforme denunciaram vizinhos.

Nos fundos da casa, encontraram ração em grande quantidade, mas o quintal estava sujo, porque os moradores ficaram dias fora. A delegada titular da Decat, Rosley Molina, disse que os moradores, mãe e filho, serão intimados a comparecerem à delegacia e serão orientados sobre situações que configuram maus tratos. 

“Nossa idéia é justamente mostrar o limite, a forma correta de agir, quando configura ou não crueldade e saber dosar”. O dono do animal estaria viajando há vários dias porque trabalha com vendas fora de Campo Grande e a mãe, que trabalha fora durante o dia todo, teria passado o fim de semana fora de casa, conforme apurou a Decat.

Moradoras vizinhas disseram que a cadela chora de frio e fome e, penalizadas, colocavam alimento pela grade do portão. Na checagem do local, os policiais encontraram ração à disposição do animal, nos fundos da casa.

Sem tempo – Márcia Magalhães Corrêa, 53 anos, que trabalha com limpeza, diz que mora com o filho na casa e acredita que a denúncia seja motivada porque a vizinha “não gosta” de seu filho. Ela diz que o rapaz morava sozinho, mas que há alguns dias vem morando com ele e que passa o dia inteiro fora, trabalhando, mas não falta alimentação à cachorra.

Os policiais constataram que o animal tem bom estado de saúde e aguardam lado do CCZ. Márcia disse que está suja porque não pôde dar banho com a temperatura baixa. Sobre o choro recorrente do animal ao longo da noite, denunciado por várias vizinhas, ela afirma que é característica do animal. “Ela é sensível assim mesmo e chora um pouco”.

Orientação – A delegada Rosely Molina, que recentemente assumiu a Decat, diz que pretende intensificar as ações de esclarecimento da população, especialmente para informar sobre o que pode configurar maus tratos. “Vamos fazer um trabalho mais preventivo, a Lei, por mais que já tenha 18 anos, ainda é nova e não tão divulgada. Muitas vezes o que a pessoa entende como abuso ou maus tratos é ainda superficial”.