Maria Moura Azevedo, 70 anos, está a procura da filha Marilon Vieira de Matos, que em junho deste ano completa 55 anos. "A última vez que eu a vi foi no ano de 1972. De lá para cá a procuro e desde então nunca encontrei", conta a idosa, moradora no bairro BNH 4º Plano, em Dourados.
Baiana da cidade de Iaçu, Maria Moura engravidou aos 15 anos e por represália da família fugiu para São Paulo com o namorado em 1959. Devido ao emprego recém arrumado pelo companheiro, o casal recebeu proposta para morar na cidade sul-mato-grossense de Fátima do Sul. Não pensaram e logo arrumaram o pouco que tinham e novamente pegaram estrada.
Mas o namorado abandonou Maria grávida aos 4 meses. Sem emprego e onde morar, ela viveu na rua e se sustentou com a ajuda de populares na época. Próximo a dar a luz, foi acolhida pela família Vieira de Matos, ainda em Fátima do Sul, que pediu a criança.
"Sozinha, sem ninguém não pude recusar a ajuda e fui morar com Ramona Vieira Matos e o marido dela que não lembro o nome", relata Maria Moura, que residiu com o casal até Marilon, registrada com o nome dos Matos, completar 2 anos de idade. "Depois disso eles pediram para eu ir embora e a última vez que vi a criança foi no ano de 1972, quanto tinha 12 anos", recorda.
Maria teve outra família e do relacionamento com o marido falecido em 1975 teve outros três filhos. Viúva há quatro décadas, ela passou muitas dificuldades para criar as crianças. Atualmente dois dos filhos, casados, moram em São Paulo e um em Dourados. "Mas eu vivo sozinha na minha casa, no 4º Plano, e nunca perdi a esperança de rever a minha primeira filha", diz.
Ela pouco tem informação da família que adotou Marilon. "A dona Ramona, falecida há muito tempo, separou do marido e pelo que sei ela era filha de Firmino Vieira de Matos", conta Maria. Firmino, gaúcho, é um dos pioneiros na cidade de Dourados, chegando na região na primeira década do século passado.
No entanto, em consulta à família Matos, foi constatado que ele não teve filha com o nome de Ramona. Por ser uma família tradicional, os Matos em Dourados reúne informações de seus descendentes na região e também não há catalogado o nome de Marilon entre eles.
Sem nenhuma outra pista, a idosa que durante a vida batalhou muito para sobreviver, dedica parte do seu tempo em serviços de lavar e passar roupa, para complementar a pensão recebida do marido falecido.
"Quero muito rever Marilon. Tenho fé que um dia terei a oportunidade de explicar a ela que não a abandonei. Era uma época difícil e sozinha não tive outra opção, pois não queria viver com um bebê na rua", explica a mulher, esperançosa de poder abraçar a primogênita. Quem tiver alguma informação pode entrar em contato com Maria pelo telefone (67) 3425-6435.
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