"Não dá para trabalhar nestas condições", diz manifestante em MS
Bloqueio dos caminhoneiros na BR-163, em São Gabriel do Oeste MS. / Foto: Tatiane Queiroz/ G1 MS

 "Não dá para trabalhar nestas condições", fala o empresário Deuclides Vian, que participa da mobilização de caminhoneiros, na BR-163, em São Gabriel do Oeste, a 130 quilômetros de Campo Grande, para pressionar o poder público a reduzir taxas de impostos no país.

Vian é dono de uma transportadora com 10 motoristas de caminhão. Ele transporta adubo, soja, milho e calcário de Mato Grosso do Sul para outros estados e afirma que as perdas dele por conta dos reajustes já somam 20%. "O preço do combustível subiu, os impostos subiram, mas o preço do frete continua o mesmo", declara.

Vendedor de oxigênio para hospitais, Aldemyr José Barros de Almeida ficou com caminhão parado na manifestação realizada na BR-163, em Campo Grande, mesmo assim, concorda com o protesto. "Sou a favor, isso vai refletir para todos nós”, disse.

Quem foi impedido de seguir viagem e mesmo assim concorda com a ação é o microempresário Ricardo Pereira de Souza, de 52 anos. "Está me prejudicando ficar parado, mas tem que fazer manifesto mesmo, estão nos espremendo com tantos impostos” conclui.

O caminhoneiro Marcelo Silva, é a favor da manifestação, mas diz que é preciso mais organização. "Acho que o protesto foi mal organizado e mal divulgado. São as nossas reivindicações, claro, mas nem todos os caminhoneiros estavam preparados para a paralisação", fala.

Silva saiu de Santa Catarina para entregar piso no Mato Grosso e até chegar em São Gabriel do Oeste, onde conversou com o G1, passou por quatro pontos de bloqueio. "A viagem que iria durar três dias e meio vai durar oito".

Bloqueios

Caminhoneiros fazem manifestações em Mato Grosso do Sul desde sábado (22). A manifestação começou com interdição da MS-306. Nesta terça-feira, pela manhã, eram sete pontos de bloqueio. No início da tarde foi liberada a BR-262, saída para Terenos, em Campo Grande.

Na BR-163, em São Gabriel do Oeste e na capital sul-mato-grossense, os manifestantes montaram acampamento. Uma tenda foi erguida e o almoço servido lá mesmo.

Carros, ambulâncias, ônibus e caminhões com cargas vivas são liberados para seguirem viagem.Não há previsão de duração dos protestos.

Na BR-163, são quatro pontos de interdição: km 614, no perímetro urbano de São Gabriel do Oeste; km 465, em Campo Grande, na rotatória da saída para São Paulo; em Dourados, nos quilômetros 256 (trevo de acesso ao sul do estado) e 271 (trevo de acesso à penitenciária).
A BR-463 tem dois pontos de interdição no município de Ponta Porã: km 07 (trevo de Laguna Carapã) e km 102,8 (distrito de Sanga Puitã).