Projetos do mercado farmacêutico visam embalagens que possibilitem reciclagem e utilizem matérias-primas que agridam menos o meio ambiente.
A Assessoria de Engenharia Industrial (Aseind) vem investindo, nos últimos cinco anos, em novos projetos de embalagens que agridam menos o meio ambiente, continuem sendo economicamente viáveis e, portanto, possibilitem reciclagem e utilizem matérias-primas com menor impacto ambiental.
Estas ações visam externar a preocupação do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) com a saúde pública nacional e com a responsabilidade socioambiental.
Entre as mudanças realizadas estão a retirada do acabamento de plastificação dos cartuchos de vacinas e biofármacos, a alteração de especificação do tipo de composto das tintas utilizadas nos rótulos de vacinas e biofármacos, a mudança do tipo de material que compõe os rótulos de vacinas, biofármacos e reativos, a retirada do berço de espuma dos cartuchos do kit NAT, a inclusão do selo FSC no memento terapêutico de 2015, e a substituição do saco plástico zip dos kits DPP® por cartucho integrado em papel.
A maior parte dessas medidas foi realizada há cerca de dois anos, quando o mercado farmacêutico começou a se atentar mais ao aperfeiçoamento tecnológico de desenvolvimento de embalagens, reduzindo drasticamente a quantidade de compostos derivados do petróleo e, portanto, menos tóxicas.
“Esses materiais são substituídos por aqueles que sejam biodegradáveis. Eles podem ser reciclados e possibilitam o aumento da eficiência no processamento final e redução de custos, não causando impacto negativo no transporte térmico do produto até o cliente final”, explicou o designer de embalagem da Aseind, Carlos André Accacio.
As matérias-primas destes rótulos também receberam certificação FSC (Forestry Stewardship Council), destinada a todas as empresas que adquirem ou vendem produtos de origem florestal, garantindo que estes sejam originários de florestas bem manejadas, preservando o meio ambiente.
“Atualmente, 60% das embalagens dos produtos de Bio-Manguinhos possuem esse selo. O nosso objetivo é que, até ano que vem, consigamos a certificação em 100% das nossas embalagens.
O retorno destes melhoramentos está sendo muito positivo, tanto para instituição, quanto aos nossos clientes.
Estes, além de reduzirem o impacto ambiental, possuem boa viabilidade econômica, visto que agregam maior produtividade, menor custo e ganho na usabilidade dos nossos produtos", afirmou o designer de embalagem Ricardo Creton.
Veja em detalhes cada ação
Antigamente, os cartuchos de vacinas e biofármacos possuíam plastificação em sua parte externa para armazenagem em refrigeração.
Porém, com o aperfeiçoamento tecnológico feito pelos fornecedores nos compostos das fibras dos papéis, foram realizados testes para a sua retirada.
Após o resultado satisfatório, a plastificação foi retirada. Isso possibilita sua reciclagem, reduzindo a liberação deste tipo de resíduo no meio ambiente. “Pretendemos ampliar este projeto para a linha de reativos”, adianta Creton.
“Seguindo a tendência do mercado gráfico e nossa preocupação em desenvolver materiais de embalagem com menor impacto ambiental, todas as tintas dos rótulos de vacinas e biofármacos do Instituto deixaram de utilizar solventes sintéticos e passaram a ser impressos com tintas à base d'água, ou seja, reduzem a quantidade de compostos derivados do petróleo em sua composição e, portanto, são menos tóxicas”, explica o designer.
Outro projeto foi a alteração de todas as especificações dos rótulos dos produtos para materiais menos agressivos ao ambiente como, por exemplo, o material que compõe o protetor destes rótulos (liner). “Este foi modificado de papel glassine para papel Kraft.
O segundo pode ser produzido por intermédio de reciclagem e reaproveitamento de rebarbas de produção. As matérias-primas também receberam certificação FSC”, detalhou Accacio.
Um novo projeto para o cartucho utilizado nos módulos de amplificação e controle do Kit Nat foi realizado há dois anos com o objetivo de retirar o seu berço de isopor interno, sendo substituído por berço integrado em papel cartão que elimina a necessidade do berço anterior.
Além da redução do impacto ambiental, esta retirada trouxe outros ganhos significativos, como o aumento da eficiência no processamento final do Departamento de Reativos para Diagnóstico (Dered), a eliminação do volume de armazenamento, a redução de 66% do custo em embalagem e nenhum impacto negativo no transporte térmico do produto.
Uma iniciativa começou a ser feita a substituição do saco plástico zip que acomodava os frascos de eluição para os kits DPP® com a implementação de cartucho com berço integrado em papel.
Isso vem proporcionando maior segurança ao processamento do kit, transporte e uso, assim como reduzindo o impacto ambiental por conta da eliminação do plástico.
E, por último, o Memento Terapêutico 2015 recebeu o selo FSC por ser totalmente produzido com papel oriundo de manejos que não degradam o meio ambiente e contribuem para o desenvolvimento social e econômico das comunidades florestais.
Outros materiais institucionais impressos também são produzidos por gráficas que contêm este selo
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