Virou moda: um lutador conquista o cinturão no UFC e, em vez de enfrentar o primeiro da fila de desafiantes, pede por uma luta com maior potencial de vendas. Aconteceu com Conor McGregor, aconteceu com Michael Bisping, e agora aconteceu com Tyron Woodley. Logo após surpreender e nocautear Robbie Lawler no primeiro round do evento principal do UFC 201, neste sábado, em Atlanta (EUA), o novo campeão dos pesos-meio-médios foi colocado frente a frente com o primeiro colocado do ranking da categoria, Stephen Thompson, em link ao vivo com o estúdio da emissora "Fox Sports 1", e Thompson pediu uma chance de desafiá-lo. Woodley, no entanto, lembrou uma declaração do interlocutor de que preferia enfrentar Lawler numa potencial disputa de cinturão, e afirmou que está mais interessado em enfrentar Nick Diaz, polêmico lutador suspenso há 18 meses por sua reincidência em resultados positivos em exames antidoping.
- Acho que você disse que queria enfrentar Robbie Lawler, e você vai ter a chance de enfrentar Robbie Lawler. Nick Diaz sai de sua suspensão em dois dias. Ele é a luta do dinheiro. Eu estou neste jogo há tempos, sou das antigas. Quero ganhar uma grana preta, então se ele quiser lutar em agosto junto com seu irmão Nate Diaz (no UFC 202), acho que eu e ele podemos nos enfrentar no evento. Não estou lesionado. Agosto, estou pronto, 202. Vamos ganhar dinheiro. Acho que ele merece. Acho que ele colocou bundas o suficiente na plateia para merecer ganhar essa grana - respondeu Woodley.
Nick Diaz é um ex-campeão do Strikeforce, mesma organização na qual Woodley lutou antes de o UFC extinguir o evento em 2013. Insatisfeito com seu salário e flagrado em repetidos exames antidoping por uso de maconha, Diaz só lutou três vezes nos últimos quatro anos, e foi derrotado em todas elas - a última delas, contra Anderson Silva em janeiro de 2015, foi anulada porque o brasileiro também foi pego no doping. As duas outras lutas, contra Carlos Condit e Georges St-Pierre, valeram cinturão. Mesmo parado há tanto tempo e fora do top 15 do ranking, ele continua como um dos pesos-meio-médios mais populares da companhia.
O UFC 202 acontece no próximo dia 20 de agosto e terá o irmão de Nick, Nate Diaz, em ação contra Conor McGregor na luta principal. As três semanas de preparação para o evento podem não ser suficientes para que o confronto aconteça, e Woodley ofereceu outra possibilidade na coletiva de imprensa pós-luta: um combate contra Georges St-Pierre, campeão que teve maior longevidade na história da divisão meio-médio no UFC, em 12 de novembro, no evento programado para o Madison Square Garden, em Nova York. GSP está parado desde 2013, quando deu um "hiato" no esporte e abriu mão do cinturão mesmo sem ser derrotado dentro do octógono, mas vem declarando que está pensando num retorno ao MMA.
- Eu tecnicamente acabei de derrotar o melhor peso-meio-médio do mundo. Não era um cara fora do seu auge. Esses caras são lendas. Nick Diaz é top 5 no peso-meio-médio em todos os tempos. Georges St-Pierre é o peso-meio-médio número 1 nos meus olhos. Se sou um atleta nesta divisão e quero dizer que sou o melhor do mundo, acho que tenho que competir com esses caras. Não sinto nenhuma obrigação de seguir o ranking. Quero fazer lutas de dinheiro.
Se a vontade de Woodley for respeitada, é má notícia não só para Stephen Thompson, mas também para Demian Maia, terceiro no ranking, e Carlos Condit, o quinto, que se enfrentam em 27 de agosto e vislumbravam uma possível luta pelo título em seguida. Aos 34 anos, porém, Woodley quer maximizar seus ganhos como campeão.
- Quero ganhar dinheiro. Tenho que ser sincero. O objetivo número 1 era ser campeão mundial dos pesos-meio-médios, mas eu dediquei muito tempo e fiquei longe da família demais. Este é um esporte no qual podemos fazer dinheiro agora, em vez de dizer que alguém mereceu e trabalhou seu caminho pelos rankings - disse Woodley.
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