A Câmara Municipal de Ribas do Rio Pardo, a 84 quilômetros de Campo Grande, suspendeu os salários de oito vereadores afastados por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção que desviou cerca de R$ 3,5 milhões dos cofres públicos. Resolução foi publicada no Diário Oficial dos Municípios de Mato Grosso do Sul desta terça-feira (27).
Segundo a publicação, assinada pelo presidente da Câmara, Sebastião Roberto Collis, os subsídios dos suspeitos ficam suspensos por tempo indeterminado.
Collis afirmou que a decisão vale para o pagamento que seria feito na quarta-feira (28) a esses vereadores. Com a resolução, eles deixam de receber salário de R$ 5,9 mil.
Processante
A Comissão Processante para investigar os oito vereadores foi aberta no dia 13 de janeiro. A presidência da comissão ficou a cargo de Sônia Passos (PSDB), o relator será Douglas da Silva (PV) e o terceiro membro é Luiz Antônio Fernandes (PSB).
A criação da comissão foi aprovada durante sessão extraordinária realizada no prédio do Poder Legislativo. Cerca de 100 pessoas acompanharam a votação. O grupo tem 90 dias para concluir os trabalhos.
Como não foram condenados pela justiça, os vereadores ainda possuem os mandatos, mas podem perdê-los em breve, já que a Comissão Processante pode cassá-los.
Investigação
Após dez meses de investigação, uma operação do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) desmontou um esquema de corrupção que desviou R$ 3,5 milhões. Segundo o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, os parlamentares recebiam “diárias de viagem fanstamas” sem sair de Ribas do Rio Pardo.
Na Casa de Leis, a atual diretoria tem dificuldade para encontrar registros antigos. As diárias iam de R$ 700 a R$ 1 mil por vereador e consumiam cerca de R$ 30 mil por mês. Neste momento, as diárias estão suspensas e devem ser reduzidas quando retomadas.
A investigação também apontou contratos fraudulentos firmados entre a Câmara de Vereadores e prestadores de serviços. Quatorze contratos foram cancelados. Pelo menos cinco novos terão de ser feitos próximos meses. A estimativa é uma economia nas despesas de R$ 150 mil por mês. Segundo a diretoria da Câmara, a despesa com os contratos era de R$ 700 mil por ano. O objetivo é reduzir este valor para R$ 300 ou 400 mil.
O ex-presidente da Casa de Leis, Adalberto Alexandre Domingues (PRTB), foi preso durante a operação. Outros sete vereadores foram afastados.
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