Tráfico de papagaio é a terceira atividade criminosa mais rentável.

Onze filhotes de papagaio são retirados do ninho e maltratados
Animais estavam extremamente debilitados. / Foto: Divulgação / PMA

Traficante de animais silvestres foi multado em R$ 60 mil por retirar 11 filhotes de papagaio dos ninhos e manter as aves em sua residncia, em Novo Horizonte do Sul. Flagrante aconteceu durante a operaçõa Bocaiúva, realizada pela Polícia Militar Ambiental (PMA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), contra o tráfico de animais, especialmente o papagaio.

Policiais e fiscais do Ibama e Imasul receberam denúncia de que um homem estaria retirando os filhotes dos ninhos e foram até a casa do denunciado. Ele não estava no local, mas a esposa informou que ele pegava os papagaios na zona rural do município e levava para a residência.

Os animais estavam extremamente debilitados por falta de alimento e em caixas pequenas e sem buracos para entrada e saída de ar. Eles foram alimentados no local pela equipe da PMA (Confira o vídeo abaixo) e serão encaminhadas ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande.

A mulher apresentou documentos do marido, de forma que permitiu aos policiais qualificá-lo. Ele foi autuado administrativamente e, da multa de R$ 60 mil, R$ 5,5 mil é por maus-tratos ao manter filhores sem alimento e em ambiente inadequado.

Os autos foram encaminhados à delegacia de Polícia Civil de Ivinhema e o traficante responderá por crime ambiental, com pena prevista de seis meses a um ano de detenção pelo tráfico e mais três meses a um ano de detenção por maus-tratos.

OPERAÇÃO BOCAIÚVA

Por conta do período reprodutivo dos psitacídeos, que são aves como papagaio, arara, periquitos e maritacas, a PMA, o Imasul e o Ibama realizam a operação Bocaiuva I, contra o tráfico de animais silvestres, especialmente o papagaio, em Mato Grosso do Sul.

Conforme a PMA, na primeira fase da operação o foco principal é evitar a retirada dos filhotes dos ninhos. Isto porque, depois da retirada das aves, mesmo quando há apreensão, problemas à natureza, cuidados dos animais e reintrodução ao habitat envolvem muito dinheiro público.

O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. No Estado, o problema se resume quase que especificamente ao papagaio, que costuma ser retirado enquanto filhote devido ao comprador da espécie se interessar pela capacidade que a ave tem de aprender a imitar a voz humana.

Período considerado mais perigoso e com maior ocorrência de tráfico da espécie é entre agosto e dezembro, que é o período reprodutivo dos papagaios, animal mais traficado no Estado.