A voz em um tom muito baixo e quase inaudível, entre outros desajustes da fala natural, e os tremores nas mãos estão entre os principais sintomas da doença de Parkinson. Quem sofre desse mal tem baixa autoestima e, consequentemente, é levado ao isolamento social.

Mas o problema de comunicação pode ser revertido com exercícios, segundo a fonoaudióloga Fabíola Juste, que desenvolve um método de tratamento aos pacientes na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

De acordo com a especialista, os exercícios de fonoaudiologia, que seguem o método Lee Silverman, criado nos Estados Unidos e muito usado pelos profissionais da área, garantem a reabilitação para a grande maioria dos portadores de Parkinson.

O diagnóstico envolve áreas multidisciplinares e o plano de reabilitação é traçado a partir do estágio de comprometimento da doença que pode estar associada a outros problemas de saúde.

Às vezes, há o agravante de um quadro de demência. Nessas condições, o doente não consegue compreender as orientações.

A maioria de seus pacientes têm idade a partir de 50 anos, mas ela lembra que a doença pode atingir pessoas com idade abaixo do limite. Entre eles estão os que apresentam as sequelas há mais de 15 anos.

“A queixa comum refere-se à voz, problemas de articulação e da fluência da velocidade [da fala]. Alguns nem conseguem abrir a boca e aí precisamos avaliar o impedimento e o grau de perda do movimento da musculatura”, explica a médica.

A especialista adverte que não existe uma terapêutica única a ser recomendada porque cada paciente deverá ser analisado caso a caso para serem estabelecidos os tipos de exercícios de reabilitação.

O resultado do tratamento é lento, complementa a fonoaudióloga. E o êxito vai depender da persistência nos exercícios.

Os pacientes recebem orientações para repetir os exercícios em casa, o que inclui atividades para ampliar a capacidade respiratória, o ritmo da fala e a altura da voz.