Palmilha adaptada reduz até 70% das amputações em diabéticos
Palmilhas são recomendadas para casos mais graves da doença e reduz em até 70% riscos de complicações / Foto: Rafael Raijim

É grande o índice de amputações decorrentes de problemas relacionados ao uso de calçados inadequados entre os diabéticos. Para amenizar estas complicações, há 11 anos, o Programa de Atenção aos Diabéticos, em Campo Grande, disponibiliza palmilhas confeccionadas sob medida que reduzem em até 70 % os riscos de gangrena, amputação e até mesmo de vida.

Um simples calo ou ferida, geralmente acometido pela má circulação nos membros inferiores de diabéticos, pode desencadear uma série de complicações devido à difícil cicatrização desses pacientes. Deste modo, as palmilhas reduzem o grau de atrito com os calçados, atuando na prevenção de calosidades e úlceras nos pés.

As palmilhas adaptadas são produzidas na Sapataria do Pé Diabético, localizada em um anexo da Unidade Básica de Saúde Doutor Celso L. Azevedo, localizada no bairro Pioneiros. Em média, o programa fabrica cerca de 120 a 150 palmilhas ortopédicas por mês.

O Ministério da Saúde estima que cerca de 6,6 % da população campo-grandense sofre de diabetes. Deste número, 28 mil integram o Programa de Atenção de Diabéticos, segundo a Secretaria Municipal de Saúde Pública (Sesau). As próteses são destinadas aos casos mais graves da doença.

Segundo o ortesista responsável pelo programa, Cláudio Barros, para receber o benefício, o insulino dependente, como são geralmente classificados os casos mais graves da doença, deve passar por uma avaliação feita em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) da Capital. “A avaliação é feita por um médico ou enfermeiro da unidade e conforme a necessidade, o paciente é encaminhado para confecção do acessório”, explica. O material utilizado na fabricação da palmilha é o polifórmico prostazote, produto importado, que se adapta às ondulações do pé. Cada par custaria em média R$ 120 para o paciente, e é disponibilizado gratuitamente aos cadastrados no programa. O par deve ser trocado a cada quatro meses, devido ao desgaste.

O ortesista reforça que os usuários devem seguir corretamente as orientações de uso para perceber os benefícios. “Ainda há alguns que relutam em fazer o uso das palmilhas, pois não gostam de sapatos fechados. O uso correto pode reduzir em 70% o risco de complicações, que podem resultar em amputações e até a morte. Geralmente, os diabéticos perdem a sensibilidade em membros inferiores e não percebem o agravamento das lesões. O uso deste acessório é indispensável para estes pacientes”, alerta Claudio.