O papa Francisco recebeu no último sábado (24), em audiência privada, o transexual espanhol Diego Neria Lejarraga, 48 anos, e sua namorada, informou o jornal Hoy. O encontro teria ocorrido após Lejanarraga ter enviado cartas ao Pontífice para contar que estava sendo excluído de sua paróquia após ter feito a cirurgia de mudança de sexo. Ainda de acordo com as informações do periódico, o homem contou ao líder da Igreja Católica que na sua cidade, Estremadura, ele foi proibido de comungar e que o pároco o chamou de "filha do diabo". Após receber a carta, Jorge Bergoglio ligou para Lejarraga no dia 8 de dezembro e, mais uma vez, dias antes do Natal, quando o convidou para ir ao Vaticano. Sobre o encontro, estritamente privado na residência de Santa Marta, as fontes oficiais da Santa Sé não quiseram se pronunciar.
Nascido em uma família católica, Diego nasceu menina e, assim como tantas pessoas que passam pela mesma situação, não se sentia uma mulher. Apesar de sempre ter contado com o apoio dos pais e da irmã, ele só fez a cirurgia de mudança de sexo aos 40 anos. Mesmo assim, ao voltar para sua comunidade após fazer todas as operações em Madri, ele foi excluído da paróquia pelo padre e pelos próprios fiéis.
Bergoglio é conhecido por querer aproximar e dar uma maior abertura na Igreja para os homossexuais e os transexuais. Em julho de 2013, Bergoglio afirmou que "se uma pessoa é gay e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?" e no Sínodo Extraordinário sobre a família o tema chegou a entrar em discussão. Porém, a resistência das alas mais tradicionais do Vaticano é muito grande e o assunto não chegou a entrar no relatório final do encontro. Mas, o organizador do Sínodo da Família deste ano, cardeal Lorenzo Baldisseri, afirmou que há "grupos de estudo" analisando as uniões gays para o encontro de outubro.
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