O zika vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e chikungunya, está circulando pelo país. A principal hipótese é que a doença tenha chegado ao país por meio de visitantes estrangeiros durante a Copa do Mundo, em junho de 2015. Em Mato Grosso do Sul, não há nenhum registro, no entanto, a SES (Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul), destaca a necessidade de reforçar a prevenção.
O coordenador de Controle de Vetores da SES, Gilmar Cipriano Ribeiro, observa que o Estado está longe da zona de detecção do vírus, mas garante que aos agentes comunitários de saúde e de endemias já estão sendo orientados a respeito da doença, que se assemelha com a dengue.
Segundo ele, em Ponta Porã, distante 407 quilômetros de Campo Grande, 170 agentes receberam orientações e em Amambaí a 342 quilômetros da Capital, outros 150 profissionais foram capacitados. “Ainda não há materiais educativos a respeito da doença, mas considerando que é transmitida pelo mesmo vetor da dengue, a recomendação que utilizamos é a mesma. Estaremos protegendo contra dengue, chikungunya e Zika vírus de uma só vez”, ressalta.
Ribeiros destaca que até o momento existem poucas informações a respeito da doença e afirma que o vírus não foi reconhecido pelo Ministério da Saúde. “Ainda não foi referendado porque necessita de muitos elementos para que se afirme que existe um novo vírus. Faltam estudos para que haja essa confirmação”, pontua.
A infectologista, Andyane Tetila, explica que apesar das semelhanças o zika vírus se difere da dengue e da chikungunya por conta das suas manifestações clínicas. “Geralmente inicia com sintomas parecidos com os da dengue, mas se assemelha mais com alguma alergia na pele, principalmente, na sola das mãos e pés. Sua resolução é espontânea e não acarreta em complicações e nem evolui para uma febre hemorrágica, por exemplo. É uma doença menos grave e que cura em três dias”, esclarece.
Embora o zika vírus seja menos nocivo à saúde, a infectologista afirma que é importante prevenir para que não haja riscos de surto da doença. “A preocupação é que ocorra uma epidemia porque a maioria das pessoas não tem muita imunidade e para evitar isso o mais importante é a prevenção, o combate ao mosquito e isso deve ser feito pela população”, frisa.
Quanto à possibilidade de o vetor transmitir a mesma doença, a infectologista afirma que não há estudos suficientes a respeito do assunto, mas não descarta que seja possível. “O mesmo mosquito transmite os três vírus. Creio que isso possa ocorrer em uma única picada, mas não temos nenhum estudo específico que fale a respeito disso”, justifica.
Zika vírus - Os primeiros casos foram confirmados este mês na Bahia. Recentemente cientistas comprovaram a presença do zika vírus também no Rio Grande do Norte. Há também suspeitas de pacientes no Maranhão, Pernambuco, Sergipe e Paraíba, e Rio de Janeiro.
Os sintomas são: dores nas articulações, no corpo e de cabeça, febre, náuseas, diarreia e mal-estar, além de, fotofobia, conjuntivite e erupções cutâneas por todo o corpo, incluindo as palmas das mãos e as plantas dos pés, acompanhadas de muita coceira.
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