Professora criticou administração por escolas sem ventiladores e foi para rua; prefeita nega e afirma que sala de aula tem ar-condicionado.

Professora criticou administração por escolas sem ventiladores e foi para rua; prefeita nega e afirma que sala de aula tem ar-condicionado. / Foto: Reprodução/Redes Sociais

A prefeita de Jardim, Clediane Areco Matzenbacher, envolvida em polêmica após uma professora ser demitida por denunciar falta de ventiladores nas salas de aula, afirmou que a demissão foi voluntária. A gestora do município ainda disse sala de aula tem ar-condicionado.

A resposta veio após o TopMídiaNews divulgar uma matéria em que a professora Cláudia Américo dos Reis, 63 anos, denuncia violência e perseguição política, após cobrar ventilação na sala de aula para os pequenos. A demissão gerou revolta e comoção entre vereadores, docentes e pais.

A polêmica aumentou após Matzenbacher autorizar o pagamento, por meio da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico, de R$ 200 mil para o show de abertura da Festa do Milho. O evento aconteceu neste sábado (15). 

Em nota, por meio da assessoria, Matzenbacher afirmou que a matéria divulgada trata-se de desinformação "por ser ano de eleições". Ela destaca que a professora foi contratada pelo município por meio de processo seletivo e pediu demissão voluntariamente.

No entanto, Cláudia alerta que foi exonerada e não pediu demissão, diferente do que teria sido espalhado na escola. Ela relata que agiu no calor da emoção e usou o celular para tirar foto das condições da sala, o que seria proibido. Ela diz que foi acusada pela diretora de agir de má-fé, sendo exonerada.

A prefeitura também afirma que, na sala de aula em que Cláudia trabalhava, havia aparelho de ar-condicionado funcionando normalmente. Conforme ela, o fato foi verificado com os pais de alunos daquela turma, durante uma reunião realizada na escola.

Já a professora diz que sala de aula não possui nenhuma aparelho de ventilação, dependendo exclusivamente de janelas para ventilação. Devido ao calor extremo, ela conta que a turma chegou a ser colocada para ter aula no auditório da Escola.

''Se você fecha a janela, seriam 32 crianças e eu respirando o mesmo ar. Se abre a janela pega sol forte'', explicou a docente, que acrescentou que iniciou as reclamações em fevereiro deste ano para a diretora da unidade.

Quanto a contratação de dupla musical, Matzenbacher esclarece que se deu por ocasião da 3ª Festa do Milho. Segundo a prefeitura, o objetivo é gerar turismo, valorizar o agronegócio, proporcionar lazer e cultura à população e contribuir com o fortalecimento da economia local.

A Festa do Milho, desde 2022, passou a integrar o calendário festivo-cultural de Mato Grosso do Sul. Nesta terceira edição (2024), a Festa do Milho foi contemplada em edital da Fundação de Turismo, além de receber apoio do Governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, e ter contrapartida do Município. Ou seja, faz parte de um planejamento anual.

Uma festa linda, que envolve toda a comunidade: creches e escolas se preparam ao longo do ano para as apresentações culturais (danças de festa junina), entidades socioassistenciais cadastradas comercializam produtos nas tendas da praça da alimentação, artesãos, feirantes da agricultura familiar, pequenos comerciantes locais, ambulantes, entre outros, têm espaço livre para comercializarem seus produtos.

O comércio em geral (hotéis, mercados, lojas de conveniências, vestuário, entre outras) têm maior movimento devido à festa, que também recebe turistas e visitantes das cidades da região e até de outros estados e países como o vizinho Paraguai. Nesta edição, estimamos que cerca de dez mil pessoas prestigiaram o evento.