Advogado destacou visão de estadista de ex-governador
Criado para ser o maior parque urbano do país, e um dos maiores do mundo, o Parque das Nações Indígenas foi planejado, no início da década de 1990, pensando em atender o crescimento de Campo Grande por pelo menos 100 anos, é o que revela o ex-secretário de justiça da gestão de Pedro Pedrossian, o advogado Newley Amarilla.
“Trabalhar com ele me fez ter visão de governo e de Estado, que nenhuma teoria consegue passar. Dava muita autonomia aos secretários e era sempre aberto a ideias e projetos novos. Era um homem muito além de seu tempo”, disse Newley.
O ex-secretário confessa que recebeu com muita tristeza a notícia do falecimento do ex-governador e ex-senador, com quem ele trabalhou por quase todo o segundo mandato à frente de Mato Grosso do Sul, entre os anos de 1991 a 1994.
O Parque das Nações Indígenas, por exemplo, foi um projeto visionário do ex-governador que enfrentou resistência de parte da sociedade na época, “que não enxergava a grandeza do projeto”.
Newley conta que Pedrossian dava muita autonomia a seu secretariado, e que pasta da Justiça em seu mandato foi pioneira no país no combate ao trabalho escravo.
O ex-secretário relembra de uma história marcante durante o período em que trabalhou com Pedrossian. Durante uma reunião do Fórum Nacional do Secretários de Justiça, uma empreiteira do país se mostrou disposta a construir presídios em Mato Grosso do Sul.
“Eu trouxe a ideia para o Dr. Pedro que me disse ‘aprofunda isso, vê como é’. A empreiteira só queria ganhar as licitações e ele me disse que com dinheiro de verba federal o máximo que a gente opde agradecer é com isopor de Pacu. ‘Essa história de empreiteira fazer edital no meu governo, de maneira nenhuma’, e olha que a gente necessitava de presídios. Um tempo depois essa empreiteira acabou envolvida no esquema dos ‘anões do orçamento’”, relembra Amarilla.
Apesar da negativa em firmar parceria com a empreiteira, que depois figurou em um escândalo de corrupção, o governo Pedrossian conseguiu construir dois presídios no Estado, um deles o atual PED (Penitenciaria Estadual de Dourados), o maior do Estado.
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