Essa combinação só perde em números de fatalidades para o excesso de velocidade e a embriaguez ao volante.
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) revelou que o uso de celular na direção já é a terceira maior causa de mortes de trânsito no Brasil.
Essa combinação só perde em números de fatalidades para o excesso de velocidade e a embriaguez ao volante.
Dados divulgados durante a Semana Nacional de Trânsito mostram que mesmo sabendo do perigo, muitos condutores não deixam de utilizar o celular ao dirigir.
Segundo o Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf), mantido pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), apenas nos primeiros sete meses deste ano, o número de multas aplicadas a quem usa o celular enquanto dirige já é 33% maior do que em todo o ano passado.
De janeiro a julho, segundo o órgão, esse tipo de infração resultou na aplicação de 759,7 mil multas em todo o país.
Ao longo de 2017, as multas impostas pelo uso de celular ao volante somaram um total de 571,6 mil. A capacidade intelectual do ser humano atualmente está classificada em oito inteligências: a da comunicação, a do raciocínio lógico, a da noção de espaço, a da coordenação motora, a do autoconhecimento e compreensão, a de se relacionar, a de se situar no meio ambiente e a da distinção e interpretação de sons.
Para cada tarefa que realizamos utilizamos várias dessas inteligências.
A habilidade de dirigir ou pilotar exige do motorista a utilização de todas as oito.
"Não são só os olhos que são desviados do trânsito, o pensamento, o foco, a atenção e a concentração são desviadas junto, quando o condutor responde uma mensagem, navega na internet, faz ou recebe uma ligação", explica Celso Alves Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito.
No estudo realizado pela Abramet, com estudantes de direção em um simulador de autoescolas, constatou-se que os motoristas levam, em média, de 8 e 9 segundos para atender a uma chamada telefônica.
Caso o motorista esteja dirigindo a uma velocidade de 80 km/h, o tempo é o suficiente para percorrer duas quadras desatento.
Já para responder uma mensagem de texto, o tempo é bem maior, a associação calcula que o motorista leve de 20 a 23 segundos.
Caso esteja a uma velocidade de 60 km/h, esse é o tempo necessário para percorrer quatro quadras com a atenção dividida entre o tráfego e o celular.
Para Mariano, dirigir nessa situação é assumir todos os riscos pelo uso do celular ao volante.
"Embora reconheçam os perigos, todos se acham capazes de usar telefones e smartphones sem comprometer a segurança.
Trânsito é compartilhamento, por excelência. E todos, percebemos muito pouco os riscos deste complexo ambiente.
Confiamos que temos a capacidade suficiente e vamos fazendo… até que aconteça um grande susto ou um acidente.
Daí a ficha cai. Tarde demais para evitar a desgraça. Em tempo, talvez, para uma mudança de comportamento.
Mas não dá para ficarmos esperando até que todos tenham uma experiência contundente que os torne mais responsáveis no trânsito", explica.
Infração de trânsito
O Código de Trânsito Brasileiro prevê dois tipos de autuações relacionadas ao uso do aparelho. Falar ao celular enquanto dirige é infração média, punida com multa de R$ 130,16 e acréscimo de quatro pontos na habilitação.
Já conduzir com apenas uma das mãos por segurar ou manusear o celular é uma infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 e acréscimo de sete pontos no prontuário do motorista.
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