PF deflagra Operação Uroboros contra fraude milionária de pensão por morte
Levantamentos preliminares detectaram que em apenas cinco fraudes a soma dos prejuízos evitados e causados ao INSS gira em torno de R$ 1 milhão. / Foto: Ilustração

A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira, operação no Sul do Estado para desmantelar organização criminosa especializada em fraudes para obtenção de pensão por morte.

Cerca de 80 policiais, cumpriram dois mandados de prisão preventiva, 14 mandados de busca e apreensão e 16 mandados de condução coercitiva, expedidos pela Justiça Federal de Ponta Porã.

A Operação Uroboros contou com autuação da PF de Ponta Porã, Ministério do Trabalho e Previdência Social, com apoio do Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com a Polícia Federal, a organização teria se estruturado a partir da atuação de servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Amambai.

O grupo registrava crianças como se fossem filhos de indígenas já falecidos com o intuito de obter a pensão. Como a prescrição do benefício não corre contra os menores, o grupo conseguia se apropriar de grandes valores referentes à pensão, a qual retroagia até a data do óbito do indígena.

Confome a PF, a quadrilha possuía esquema logístico bem estruturado de transporte dos indígenas para confecção de documentos pessoais e para expedição de registros administrativos de nascimento junto à Funai ideologicamente falsos, os quais eram utilizados perante os cartórios para dar credibilidade aos registros civis tardios.

Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa contava com um braço jurídico, formado por profissional que, além de pleitear judicialmente benefícios negados administrativamente, patrocinava pedidos de guarda de menores por parte de indígenas aliciados para a fraude, tirando a guarda de crianças de seus guardiões atuais com o único objetivo de se apropriar dos benefícios previdenciários.

Levantamentos preliminares detectaram que em apenas cinco fraudes a soma dos prejuízos causados ao INSS gira em torno de R$ 1 milhão. No entanto, durante as buscas foram apreendidos vários documentos que indicam que o montante das fraudes praticadas pelo grupo pode ultrapassar esse valor. A ação contou com o apoio logístico do 11º Regimento de Cavalaria Mecanizada do Exército Brasileiro e do Ministério Público Estadual.

UROBOROS

A operação foi batizada "Uroboros" em alusão à serpente mítica que é representada engolindo o próprio rabo, a qual simboliza o caráter destrutivo da cobiça e da ganância que moveram a organização criminosa investigada.