A Polícia Civil localizou na tarde desta terça-feira (23), na zona rural de Itaquiraí, a 395 quilômetros de Campo Grande, o carro utilizado para a fuga dos cinco presos da delegacia do município. As buscas já completam quatro dias e, neste momento, investigadores ainda realizam campanha em assentamentos da região.

O veículo foi abandonado em um matagal do município. Sobre os presos, a polícia já tem indícios, mas não está repassando detalhes. E enquanto isso, integrantes do Sindicato da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (Sinpol-MS), estão realizando uma vistoria na delegacia de Itaquiraí. Eles pretender fazer um relatório e pedir providências, conforme informou ao G1 o presidente do sindicato, Giancarlo Miranda.

Entenda o caso
Por volta das 17h (de MS), do sábado (21), quando iria ser entregue a refeição dos 21 detentos que estavam no local, eles surpreenderam a investigador e o agrediram gravemente.

"Ele falou que foi servir a janta e a delegacia possui uma estrutura com uma porta de metal, no qual você não vê os presos. Eles então serraram uma grade e ficaram atrás da porta, aguardando o meu marido. Quando abriu, foi surpreendido com um pedaço daquele ferro e ferido com um golpe, que o fez desmaiar na hora", disse a esposa do policial.

O próximo a ser rendido era o homem que levou a comida até a delegacia. "Eles pegaram a chave do carro dele e fugiram. Foi quando o homem conseguiu entrar em contato com o socorro e o meu marido foi socorrido. Ele está sonolento por conta da medicação e se recuperando do traumatismo craniano", garantiu a esposa.

Segundo Miranda, esta é uma "tragédia anunciada" e que faz parte de uma "luta histórica" da categoria. Ao todo, o presidente disse que investigadores custodiam 800 presos em delegacias do estado. "A fuga e tentativa de rebelião de presos em delegacias já aconteceu em Água Clara, Ponta Porã, Chapadão do Sul, Ivinhema e diversos outros municípios de Mato Grosso do Sul, somente neste ano. É uma tragédia que estamos anunciando há mais de seis anos, um desvio de função do policial, já que custodiar preso é papel de agente penitenciário. Enquanto isso, eles ficam em celas improvisadas, sem segurança e sem os seus direitos garantidos. Aliás, o preso tem muito mais garantias do que os próprios policiais", finalizou o presidente do Sinpol/MS.