Delegado afirma que aguarda informações da Funai sobre crime que teria ocorrido na madrugada de domingo para prosseguir com as investigações.
A Polícia Federal em Dourados, a 233 km de Campo Grande, visitou o acampamento onde indígenas denunciaram ataques de seguranças, na madrugada de domingo (28). Na primeira visita, a equipe diz não ter encontrado provas do ataque, diz o delegado Denis Colares, responsável pelo caso. No entanto, ele diz esperar um relatório da Funai (Fundação Nacional do Índio) para abrir inquérito.
“A Polícia foi lá, mas não viu nada, a gente pediu pra Funai mandar ofício, para ser instaurado o inquérito. Não posso instaurar se não tem elementos, fomos ontem pela manhã, na mesma hora que a Funai nos comunicou. Não viram nada, nenhum indício”, comentou.
A reportagem recebeu fotos que mostram perfurações de bala de borracha e indígenas sangrando, mas o delegado afirma que os policiais não viram os ferimentos, por que as vítimas não estavam lá no momento da averiguação. “Isso, quando o pessoal chegou lá, não presenciou, não podemos atuar pelo que não vimos”, comentou.
Ataques - Durante o ataque da madrugada, seis pessoas teriam sido feridas a tiros de bala de borracha e de munição verdadeira. A informação é de moradores da aldeia Bororó, que declaram que o ataque partiu de seguranças contratados por proprietários das terras nos arredores da reserva.
O ataque denunciado seria o segundo em 20 dias. O acampamento integra uma série de ocupações de propriedades adjacentes às reservas indígenas, em Dourados, reivindicados como terra tradicional à espera de demarcação. São dezenas de sítios que ficam ao norte do município. A Funai afirma que parte das terras da reserva criada em 1917 foi expropriada por fazendeiros. Cinco sítios estão ocupados desde março de 2016.
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!