Polícia investiga se prima filmou menino de 4 anos durante rituais de tortura

As torturas sofridas pela criança, de 4 anos, podem ter sido filmadas pelo celular da filha mais velha do casal e prima do menino, de 12 anos. O aparelho com os possíveis vídeos foi apreendido pela polícia e vai passar por análise.

De acordo com o Conselho Tutelar, a polícia já teria tido acesso aos supostos vídeos da tortura do menino, mas ainda não confirma as informações. O celular e outros materiais que podem estar ligados a rituais de ‘magia negra’ foram apreendidos na casa do casal, na região central de Campo Grande.

O caso

A criança foi resgatada na noite desta terça-feira (23) depois de uma visita de rotina do abrigo que constatou os machucados no menino, que tinha muitas lesões pelo corpo, nas costas, pescoço e teve a unha do dedão do pé arrancada, além de ter água quente derramada em sua cabeça.

 A criança foi levada para a Santa Casa da Capital e segundo informações da enfermeira que atendeu o menino, possivelmente a criança deve perder a visão dos dois olhos devido às agressões sofridas.

O casal, de 31 e 46 anos, tios do menino tinham a guarda desde maio de 2015. O menino tem uma irmã, que ainda está no abrigo.  Na residência que fica na região central de Campo Grande, foram encontrados dois celulares, R$ 402, pulseiras de miçangas, patuá e um boneco, que segundo informações eram usados em prática de magia negra.

Para os policiais, os tios do menino afirmaram que a criança teria sofrido uma queda, razão pela qual estava machucada, mas logo em seguida a tia do menino entrou em contradição afirmando que ele teria se queimado ao alimentar-se.

Ainda segundo informações, uma terceira pessoa participava das sessões de tortura, que foram confirmadas pelo menino. “Ele disse que apanhava dos tios”, explica a conselheira tutelar. Os tios depois de tentarem negar as torturas acabaram confessando as agressões ao menino, que já teve água quente jogada em sua cabeça.

A justificativa para tanta barbárie seria o diabo, como disse a tia. Segundo a autora, eles ouviam vozes, que eram do diabo, e por isso, praticavam as torturas. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro e deve ser repassado para a DPCA (Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente) para investigação.