Polícia prende integrantes do PCC envolvidos em morte de presidiário
Delegado Thiago Passos, do SIG de Três Lagoas. / Foto: Hoje Mais

Na manhã desta quarta-feira (16), equipes da Polícia Civil e Polícia Federal de Três Lagoas, a 338 quilômetros da Capital, Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e Polícia Civil de São Paulo cumprem mandados de prisão. Os policiais atuam na 'Operação Flegetonte', resultado da investigação da morte de José Leandro Carvalho de Jesus, de 18 anos, em abril deste ano.

De acordo com o delegado Thiago Passos, do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Três Lagoas, a operação cumpre 9 mandados de prisão preventiva expedidos contra membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Os 9 estariam envolvidos na morte de José, ocorrida durante um 'Tribunal do Crime', realizado pela facção.

Ainda segundo o delegado Passos, responsável pelo inquérito e prisões, o crime foi elucidado em investigação conjunta da Polícia Civil com a utilização de provas emprestadas, obtidas em investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.

Até o momento, a informação é de que o grupo do Garras, comandado pelo delegado Fábio Peró, prendeu três pessoas em Campo Grande. Ainda segundo a Polícia Civil, alguns presidiários são interrogados nesta manhã, na Capital, e ex-presidiários são procurados. O delegado Thiago Passos apresentará o resultado da operação na tarde desta quarta-feira, às 14 horas.

Operação Flegetonte

Segundo o delegado Passos, o nome da operação está relacionado ao rio Flegetonte, um dos rios do Hades, que na obra Divina Comédia, de Dante Aliguiere, é citado na descrição do 7.º círculo do Inferno, onde estão as almas dos mais violentos, aqueles que praticaram violência contra seus semelhantes

Morte no presídio

Conforme informações da Polícia Civil, em 30 de abril deste ano, 194 presos tomavam banho de sol na Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas e eram monitorados por um único agente penitenciário. Houve gritaria e os presos pediam socorro, dizendo que um detento estava passando mal. José foi levado para a enfermaria, mas não resistiu e morreu no local.

Segundo a polícia, José tinha ferimentos na boca, pescoço e cabeça. O caso foi registrado como morte a esclarecer. José Leandro foi preso acusado de participar de um assalto, acompanhado de um adolescente de 16 anos, que resultou na morte de Maísa, uma menina de 12 anos. Na época, o adolescente disse para a polícia que tentou roubar uma corrente de ouro de um pedestre, desenterrou a arma de fogo, que guardava em um terreno baldio, e chamou José para ajudá-lo no assalto.

De acordo com o depoimento do jovem, eles estavam de bicicleta e foi o adolescente quem anunciou o assalto. A menina Maísa entrou em desespero e começou a gritar, momento em que foi atingida por um disparo de arma de fogo na cabeça. Ela morreu assim que chegou ao Hospital Auxiliadora.