Caso provocou comoção na comunidade local.

Por que pai de menino que matou quatro em escola nos EUA foi preso
Caso provocou comoção na comunidade local. / Foto: © Getty Images

O pai de um garoto de 14 anos que foi acusado de matar quatro pessoas em uma escola no Estado da Geórgia, nos Estados Unidos, foi preso.

Colin Gray, de 54 anos, está enfrentando quatro acusações de homicídio culposo involuntário, duas acusações de assassinato em segundo grau e oito de crueldade contra crianças, de acordo com a Agência de Investigação da Geórgia (GBI, na sigla em inglês).

O diretor do GBI, Chris Hosey, disse na noite de quinta-feira (6/9) que as acusações estavam diretamente ligadas às ações do filho dele — e a "permitir que ele possuísse uma arma".

O filho, Colt Gray, é acusado de matar dois professores e dois alunos no ataque a tiros na Apalachee High School, em Winder, perto de Atlanta, na quarta-feira (5/9).

Ele deve comparecer ao tribunal nesta sexta-feira, acusado — como adulto — de quatro acusações de assassinato.

As autoridades estão investigando se Colin Gray comprou a arma estilo AR como um presente para o filho em dezembro de 2023, conforme fontes policiais informaram à CBS News, parceira da BBC nos EUA.

Em maio de 2023, o FBI, a polícia federal americana, alertou a polícia local sobre ameaças online a respeito de um tiroteio em uma escola, associadas a um endereço de e-mail vinculado ao suspeito.

Um assistente do xerife foi questionar o menino, que tinha 13 anos na época.

Na ocasião, o pai dele disse à polícia que possuía armas na casa, mas que o filho não tinha acesso a elas sem supervisão, afirmou o FBI em um comunicado na quarta-feira.

As autoridades dizem que as ameaças foram feitas no Discord, uma plataforma de rede social popular entre jogadores de videogame, e continham imagens de armas.

O nome do perfil da conta estava em russo — e foi traduzido como o sobrenome do autor do ataque que matou 26 pessoas em uma escola primária, em Connecticut, em 2012.
 
 Um relatório da polícia sobre o incidente, descrevendo o interrogatório feito, no ano passado, com o menino e o pai dele, foi divulgado na quinta-feira.

No relatório, o assistente do xerife descreveu o menino como "reservado" e "calmo" — e disse que "ele me garantiu que nunca havia feito nenhuma ameaça de atirar em nenhuma escola".

O texto acrescentava que ele alegou ter excluído sua conta do Discord porque ela havia sido hackeada repetidamente.

Colin Gray também afirmou à polícia que o filho estava sendo perseguido na escola — e estava sofrendo com a separação dos pais.

Os registros policiais revelam que a mãe e o pai do menino estavam em processo de divórcio, e ele estava morando com o pai durante a separação.

O adolescente costumava caçar com o pai, que disse à polícia que havia fotografado o filho com sangue de cervo nas bochechas.

O avô materno do menino afirmou ao jornal americano The New York Times que ele culpa, em parte, a vida doméstica tumultuada do neto depois que Gray se separou da sua filha.

"Entendo que meu neto fez algo horrível — não há dúvidas em relação a isso, e ele vai pagar por isso", disse Charlie Polhamus ao jornal.

"Meu neto fez o que fez por causa do ambiente em que vivia", acrescentou.

Durante a coletiva de imprensa na quinta-feira, o xerife do condado de Barrow, Jud Smith, informou que todos os nove feridos devem se recuperar totalmente.

Segundo ele, várias vítimas já haviam deixado o hospital.

Os alunos Mason Schermerhorn e Christian Angulo, ambos com 14 anos, e os professores Richard Aspinwall, de 39, e Christina Irimie, de 53, morreram no ataque.

Testemunhas disseram que o suspeito saiu de uma aula de álgebra na quarta-feira de manhã. Ao retornar mais tarde, tentou entrar novamente na sala de aula.

Alguns alunos foram abrir a porta que estava trancada, mas aparentemente viram a arma e recuaram.

As testemunhas contaram que ouviram, na sequência, uma saraivada de 10 a 15 tiros. Dois policiais da escola rapidamente abordaram o menino — e ele se rendeu imediatamente.

Estas não são as primeiras acusações contra os pais de um suspeito de um ataque a tiros em escola.

Em abril, os pais de um adolescente de Michigan que matou quatro alunos com uma arma comprada por eles para o filho apenas alguns dias antes foram condenados por seu papel no ataque.

James e Jennifer Crumbley foram considerados culpados de homicídio culposo — e cada um foi sentenciado a de 10 a 15 anos de prisão.

O caso foi amplamente noticiado como a primeira vez em que os pais de uma criança que havia realizado um massacre foram responsabilizados criminalmente.