Detento estava há um mês na Penitenciária Estadual de Dourados; Agepen confirma suspeita de meningite e isolou cela.
Um preso de 19 anos de idade morreu com suspeita de meningite ontem (18) em Dourados, a 233 km de Campo Grande. O Campo Grande News apurou que a morte ocorreu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) após Jorge Luís Bezerra Brum passar mal no setor de triagem do presídio e ser recusado no Hospital da Vida, referência em atendimento de urgência e urgência para 33 municípios da região.
Por determinação da Secretaria Municipal de Saúde, desde o dia 1º deste mês o hospital recebe apenas pacientes traumatizados em situação de urgência e emergência, de média a alta complexidade, encaminhados pelo Corpo de Bombeiros e Samu (Serviço Móvel de Urgência). A medida é mais um reflexo do caos que atinge a saúde pública da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.
O caso – Jorge estava há menos de um mês na penitenciária estadual depois de ser preso por tráfico de drogas. Por volta de 13h desta quarta-feira, ele foi levado do setor de triagem para a unidade básica de saúde que funciona dentro do presídio, onde estão recolhidos pelo menos 2.600 detentos.
Como apresentava sintomas de meningite, o preso foi escoltado pela Polícia Militar até o Hospital da Vida, na Rua Toshinobu Katayama, na área central. Só que o hospital rejeitou receber o paciente, seguindo determinação da portaria assinada pela secretária municipal de Saúde Berenice Machado de Souza.
A escolta então encaminhou o detento para a UPA, na Rua Coronel Ponciano, onde o rapaz morreu horas depois. A Agepen confirma que a principal suspeita da causa da morte é meningite, mas como ainda não possui o laudo, não há informação se foi meningite viral ou bacteriana, a forma mais grave da doença.
Por meio da assessoria da Agepen, a direção da PED informou que todos os procedimentos necessários foram tomados. Os detentos que estavam na cela de triagem com Jorge foram isolados.
Na manhã de hoje, equipe da saúde pública foi até o presídio e aplicou medicação preventiva nos presos que tiveram contato com o detento doente. Eles também serão acompanhados pela equipe médica do presídio e medicados durante cinco dias.
Outro detento doente, levado pela mesma escolta, também foi recusado no hospital e encaminhado para a UPA, onde ficou internado. A Agepen informou que esse segundo detento é paciente de câncer e não apresenta sintomas de meningite. A Agência não quis se manifestar sobre a recusa do hospital em receber o paciente.
Através da assessoria de imprensa da prefeitura, a secretária de Saúde Berenice Machado informou que a “porta de entrada” é a UPA e o paciente foi atendido “conforme protocolo de atendimento”.
“Em relação ao diagnóstico e suspeita não temos o resultado, mas as providências estão sendo tomadas”, afirmou a secretária, que acumula o cargo de interventora da Fundação de Saúde.
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