Preso por torturar enteado com paralisia cerebral disse para avó do menino: "E se ele não existisse?
Menino de 13 anos foi torturado pelo namorado da mãe. / Foto: Marcio Oliveira / Agência O Globo

A família do menino de 13 anos torturado em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, desaprovava o relacionamento da mãe da vítima com o agressor, Jeferson Basílo, de 27 anos. Segundo a avó materna, durante o carnaval deste ano o genro apresentou sinais de que não gostava do menino, que tem paralisia cerebral e é cadeirante.

— Ele me perguntou: “Já pensou como seria a vida da nossa família se esse menino não existisse: A gente poderia viajar, fazer várias coisas...”.

Desde então, ela começou a desconfiar de Jeferson e chegou a alertar a filha. Depois desse episódio, a mãe do jovem tentou terminar o namoro com o agressor algumas vezes, mas ele sempre se mostrava muito amoroso.

— Algumas pessoas devem estar me crucificando, mas em nenhum momento eu deixei ele sozinho com meu filho. Eles sempre estavam com mais algum parente. Acho que essa foi a primeira e última vez que ele agrediu meu filho fisicamente. Jeferson é um psicopata.

Assim que começou a desconfiar do namorado, a mãe decidiu, junto com uma amiga, colocar um celular para gravar o flagrante. Ela contou que quando mostrou o vídeo para o agressor, ele pediu perdão de joelhos e ofereceu R$ 100 mil para que ela não o denunciasse à polícia.

— Esse dinheiro é pouco diante do que ele fez com meu filho. Ele só ia sair da minha casa preso ou morto — contou a mãe do menino, que afirmou ter dado um tapa no rosto do rapaz.

O adolescente foi internado no Hospital estadual Alberto Torres, no Colubandê, em São Gonçalo, mas já recebeu alta e passa bem. O caso foi investigado pela 73 DP (Neves) e o agressor foi transferido para Bangu.