As denúncias de abuso e comportamento inadequado do professor de 48 anos, preso suspeito de estuprar alunas em uma escola, não são casos isolados, segundo a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. Durante as investigações, testemunhas relataram à polícia a fama de galanteador do professor com as alunas e disseram que ele tem um filho de 20 anos, fruto de um relacionamento amoroso com uma ex-aluna.

Na época, segundo a polícia, a menina tinha 14 anos, metade da idade do suspeito e idade semelhante às vítimas de 9 e 12 anos, que denunciaram o professor por estupro há cerca de um mês em Paranaíba. A delegada Eva Maira Cogo disse ao G1 nesta quarta-feira (16) que o suspeito foi ouvido, mas não confessou ou negou os crimes.

"Não é fato isolado, o comportamento dele de galanteador, de cantar alunas é comum. [....] Em depoimento, ele se reservou ao direito de ficar calado e só falar em juízo. Foi ouvido acompanhado do advogado nas duas denúncias de estupro e na denúncia de ameaça, feita pela mãe de uma das alunas, e só negou a ameaça", explicou. Ele também é suspeito de ameaçar de morte a mãe de uma das alunas, depois de saber da denúncia na polícia.

Na sala

Em depoimento, testemunhas disseram que os abusos aconteciam dentro da sala de aula de uma escola rural, no distrito de São João do Aporé, do município de Paranaíba, na divisa com Goiás. O professor dava aulas de matemática e educação física.

"Elas falam que o professor tinha o costume de abraçar as alunas por trás e aproveitava a oportunidade para acariciar as vítimas", relatou a delegada. Ele começou a ser investigado pelos crimes de estupro há 35 dias e foi preso na segunda-feira (14).

Foragido

O professor estava foragido há três semanas com a ajuda da família e era procurado pelas polícias de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Goiás. No domingo (13), o suspeito voltou à Paranaíba, onde foi visto por policiais, mas conseguiu fugir pulando muros até ser preso na igreja.

Depois da prisão, denúncias contra o professor também foram registradas em Goiás, estado vizinho, onde ele teria assediado alunas mais velhas. "Nesses casos, não configurou estupro, mas temos registros de que ele teria feito propostas, mais de assédio mesmo", reforçou.

Ele foi indiciado pelos dois estupros de vulnerável e por ameaça, já que teria dito que mataria a mãe de uma das vítimas que denunciou à polícia. O professor nega a ameaça, segundo a delegada, mas confirma que se encontrou com o ex-presidiário que seria contratado para o crime. A polícia ressalta que qualquer denúncia deve ser feita pelo telefone (67) 3668-1413.