Sindicato de educadores apresenta números para comprovar que há saldo positivo da verba da educação, mas professores douradenses estão sem o piso nacional desde 2017
Com números apontando sobra de dinheiro da educação no caixa da prefeitura, os professores da Rede Municipal de Ensino rejeitaram a proposta de 2,68% e cobram o pagamento do piso nacional em Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. A categoria ainda não fala em greve, mas cobra a abertura de negociação com a prefeita Délia Razuk (PR) e apoio dos vereadores.
A proposta rejeitada em assembleia tinha sido apresentada pela equipe de Délia Razuk, que já no ano passado não concedeu o índice nacional de reajuste do piso do magistério. Agora, os professores cobram 7,64% referente a 2017 e 6,81% de 2018 ao magistério e grupo administrativo, além do pagamento retroativo das perdas salarias.
Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Educação) informou que pediu “com a máxima urgência”, uma reunião com a presença da prefeita, para continuar a negociação, já que as datas bases de 2017 e 2018 venceram “sem as devidas reposições salariais previstas em lei”.
O sindicato também encaminhou ofício à Câmara de Vereadores informando sobre a rejeição da proposta da prefeitura e cobrando uma reunião urgente com os legisladores.
Números – Sobre os recursos da educação que o município tem disponível para aplicação no ensino público, os educadores defendem que existe, sim, dinheiro para bancar o reajuste do piso nacional.
Conforme o sindicato, o balanço do 1° quadrimestre comprova que o repasse do Fundeb teve acréscimo de 10% de 2017 para 2018. O mesmo aconteceu com os recursos próprios que compõem os 25% de investimento em educação, que passaram de R$ 156 milhões em 2017 para R$ 172 milhões em 2018.
Somando os 25% de recursos obrigatórios (R$ 43 milhões) com o repasse do Fundeb que Dourados recebeu a mais (R$ 20,8 milhões), o montante chega a R$ 63,99 milhões de investimento obrigatório em educação no 1° quadrimestre por parte do município de Dourados.
“Fica comprovado, de acordo com os relatórios do governo, um gasto total com a educação no referido período de R$ 57,9 milhões, sendo destes R$ 49,8 milhões com pagamento de folha salarial e R$ 8,1 milhões com pagamento dos demais custeios. Portanto, há um saldo positivo de pouco mais de R$ 6 milhões que não foram investidos em educação por parte do município”, afirma o sindicato.
Ainda segundo o Simted, o município de Dourados investiu 21,47% dos recursos pertencentes à educação no 1° quadrimestre. “Fica explícito que a educação de Dourados não sofre com a falta de recursos e não pode ser penalizada por isso. Está claro que o excesso de gastos está em outros setores”.
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