Foram quatro anos de observações e análises. Um título mundial na Sérvia, em 2013; a hegemonia das Américas com as conquistas dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 e dos dois Pan-Americanos femininos de handebol; a inesperada eliminação nas oitavas do último mundial, em dezembro passado, na Dinamarca, diante da Romênia. Vitórias e derrotas que ensinaram e embasaram as escolhas que o técnico Morten Soubak terá que tomar. Nos próximos dias, o dinamarquês vai definir as brasileiras que irão representar o país na Olimpíada do Rio 2016, em agosto, em busca de um pódio inédito e até certo ponto esperado após o desempenho da equipe neste ciclo olímpico de Londres 2012 até agora.É bem verdade, grande parte da lista final já está na cabeça de Morten e quase nenhuma surpresa deve ser esperada. A diferença é que ao contrário dos mundiais e de todas as competições que a seleção disputou até agora, quando 16 atletas são chamadas, nos Jogos Olímpicos apenas 14 jogadoras podem aparecer na convocação. Assim, ele terá que cortar duas convocadas que normalmente apareceriam em outra disputa. E é aí que mora a dúvida do treinador. Ele será conservador e levará três goleiras? Irá optar por três pivôs ao invés de duas? Colocará na lista três centrais ou duas? E nas pontas, ele escolherá quatro ou cinco jogadoras?
Na última convocação, para o Desafio Internacional contra a Suíça na Arena do Futuro, Morten deu um passo importante. Definiu as 18 jogadoras que brigam pelas 14 vagas. Exceto a goleira Jéssica, que não está na lista, mas ainda tem chance, os demais nomes já estão na mesa. Amanda, que era sistematicamente chamada, se lesionou e está fora. A experiente ponta Célia, outro possível nome, também está descartado. Assim, levando em conta as jogadoras presentes nesta lista, o GloboEsporte.com se debruçou as possíveis escolhas. Separamos por garantidas, na briga e as que correm por fora para o anúncio que será feito até o dia 8 de julho.
Ao contrário da seleção masculina, o time feminino não teve uma margem grande de jogadoras convocadas durante o ciclo olímpico. Nos últimos dois anos, então, o número de atletas que se revezavam na lista de convocadas não chega a 30 quando foi possível trazer todas que jogam na Europa. Por isso, levando em conta a importância para o time e a constância na lista de convocadas, é possível separar um bom número de atletas que caso não se lesionem ou fiquem de fora da lista pela primeira vez por opção do técnico, estarão na Rio 2016.
Garantidas
Babi - É a goleira titular de Morten. Esteve em todas as convocações desde Londres 2012. Babi só não foi convocada quando não as datas conflitavam com o calendário europeu.
Mayssa - Divide a meta com Babi. Ao lado da parceira, esteve nos dois mundiais, no Pan de Toronto e em todos os torneios mais importantes. Brilhou na final da última Champions League, sendo campeã. Se a opção for por duas goleiras, vai levar a melhor sobre Jéssica Oliveira.
Ana Paula - A central é peça-chave de Morten. É titular absoluta e responsável pela armação das jogadas. Só não vai para Olimpíada se tiver o azar de se lesionar. Foi campeã da Champions pelo Bucuresti.
Deonise - A armadora é titular da Morten e importante na defesa. É uma das veteranas da seleção e vive o mesmo caso de Babi.
Duda Amorim - A armadora foi a melhor jogadora do mundo em 2014. MVP do Mundial de 2013, quando o Brasil foi campeão. É estrela do Gyori, vice-campeão da Champions League, e se recuperou totalmente da lesão no joelho. Nome certíssimo na lista.
Alexandra Nascimento - A ponta foi a melhor jogadora do mundo em 2012. Essencial no título mundial de 2013, na Sérvia. Caiu de rendimento em 2015, como ela mesmo citou em entrevistas, mas fez uma grande Champions League com o Baia Mare, da Romênia. É uma das líderes do grupo e mais experientes.
Fernanda - A ponta é outra que está em todas as convocações quando não está lesionada. Marca muito bem e ainda é importante no ataque. Na última temporada europeia, foi campeã da Champions League no Bucuresti, mas jogou menos por opção do técnico.
Dara - A pivô é a mais experiente do grupo e capitã de Morten Soubak. Exerce uma liderança impressionante sobre o grupo. Esteve em todas as convocações, exceto quando teve uma trombose venosa e ficou fora do Pan de Toronto. Se aposentou e a Olimpíada é a sua última competição.
Dani Piedade - A pivô é outra veterana da seleção. Fez boa temporada na Hungria e esteve em todas as convocações de Morten Soubak. Difícil imaginar a lista do Brasil sem Dani Piedade.
Na briga
Fran da Rocha - A central esteve em todas as últimas listas de Morten Soubak. A seu favor pesa o fato de ter experiência na Europa, já que jogou no Hypo ao lado da base titular da seleção. Esteve no último Mundial, na Dinamarca. Se Morten levar duas centrais, ela disputa a segunda vaga com a jovem Deborah Hannah.
Jéssica Quintino - A ponta foi convocada para o Mundial de 2013, mas acabou cortada por lesão. Jogou o Pan de Toronto, o Pan de Cuba da modalidade e esteve no Mundial de 2015, fazendo bela competição. Com Morten levando ao menos quatro pontas, o que é comum, está quase lá.
Tamires Morena - A jovem pivô chegou chegando na seleção. Tem força física e juventude, o que o Brasil precisa para a posição onde jogam Dara e Dani Piedade, mais veteranas. Se Morten optar por três pivôs, está quase lá, já que jogou os Pans e o Mundial de 2015.
Samira Rocha - A ponta jogou o Mundial de 2013 revezando no time titular com Fernanda. Joga na Europa, tem experiência e parece ter se recuperado de uma lesão que a tirou de ação no Mundial de 2015. O tempo fora da seleção, contudo, abriu a concorrência da jovem Larissa, que esteve na Dinamarca. Porém, se provar que está recuperada, é favorita para a vaga e estaria quase lá.
Correm por fora
Jéssica Oliveira - A goleira esteve na lista sempre que Morten levou três goleiras. Para a Olimpíada, contudo, apenas duas devem ir e essas serão Mayssa e Babi. Na última fase de treinos, não esteve presente por conta de uma lesão e foi substituída pela jovem Gabriela Moreschi. Se algo acontecer ou Morten optar por três goleiras, Jéssica corre por fora.
Deborah Hannah - A jovem central é uma das revelações do handebol brasileiro. Jogou o Mundial de 2013, foi campeã vindo do banco e fez gol na final. Porém, ficou dois anos com problemas nos joelhos e passou por algumas cirurgias. Não esteve no Mundial de 2015 e volta para a seleção nessa reta final. Ela briga por vaga com Fran da Rocha e Mayara.
Mayara Moura - A central tem a seu favor o fato de ser canhota e também jogar como armadora, o que não é comum na seleção. Esteve no Mundial de 2013, quando foi campeã. Mas, também sofreu com problemas de lesão e cirurgias no joelho, ficando fora dos Pans e do Mundial de 2015. Volta agora e corre por fora, mas tem o gosto de Morten.
Larissa Araújo - A jovem ponta chegou como surpresa na lista do Mundial de 2015. Não decepcionou, foi importante na parte defensiva e até ofensiva em algumas partidas da primeira fase, para dar descanso para Fernanda, que voltava de lesão, mas tem uma concorrência complicada pela frente.
Juliana Malta - A armadora esteve para ser chamada em outros momentos importantes por Morten, mas sempre se lesionava e acabava fora. Agora, 100%, foi chamada para as últimas etapas de treinamento. Com a lesão de Amanda e as dúvidas quanto as lesões de Mayara e Déborah Hannah, por exemplo, pode ser a grande surpresa da lista.
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