Procuradora disse que não haviam provas para justificar medidas.
A PGR (Procuradora-Geral da República), Raquel Dodge, se negou a requisitar ao STF (Supremo Tribunal Federal) a quebra do sigilo bancário e fiscal do presidente Michel Temer (MDB), a pedido da Polícia Federal. Dodge alegou que não há, até o momento, provas que justifiquem a medida.
Temer é investigado no caso do porto de Santos, em que é suspeito de ter recebido propina em troca de um decreto que teria favorecido empresas do setor portuário.
O caso ocorreu em dezembro, mas passou despercebido pela mídia. Dodge requisitou, na época, as quebras de sigilo de Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor de Temer, e do coronel João Batista Lima, amigo de Temer, entre outros investigados.
Todos os pedidos de investigações foram autorizados pelo ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no STF. O delegado da Polícia Federal que coordena a investigação dos portos, Cleyber Malta Lopes, então solicitou que a PGR requisitasse a quebra de sigilo de Temer, essencial para as investigações.
Passados dois meses desde o pedido da PF, Dodge enviou o pedido ao Supremo na última sexta (23), porém reiterando que em seu entendimento não haveria necessidade de quebrar o sigilo bancário e fiscal do presidente.
O delegado já havia afirmado, em ofício ao STF, que as quebras de sigilo seriam “imprescindíveis para esclarecer os crimes investigados, notadamente possíveis atos de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro”, e que sem elas, “a investigação poderá não atingir sua finalidade”.
Apesar de barrar a quebra de sigilo, Dodge se manifestou a favor da prorrogação do inquérito contra Temer, para maior colhimento de provas, e deu o braço a torcer, dizendo que novas diligências podem resultar em “eventuais pedidos complementares deste órgão ministerial”.
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