Jovem usou a rede social para contar versão dos fatos e negar qualquer relação com o autor.

Sobrevivente de atentado nega ter filho com o assassino da amiga em São Gabriel do Oeste
Marcas no corpo da vítima. / Foto: Reprodução/Redes Sociais

Franciele Franco da Silva, 27 anos, usou a rede social nesta terça-feira (25) para relatar sobre o atentado que sofreu no domingo (23), onde teve a amiga, Jennifer Gimenes Morgenrotti, de 22 anos, assassinada a tiros, durante um programa, em uma fazenda em São Gabriel do Oeste — a 168 quilômetros de Campo Grande (MS). A jovem desmentiu ter filho com o assassino e conta como sobreviveu ao atentado.

No perfil do TikTok, Franciele compartilhou vídeos lembrando o dia do crime e contesta informação de uma testemunha, que alegou que ela teria um filho com o idoso.

Informações repassadas à polícia diziam que Franciele tinha uma filha com Eurílio Ferreira de Andrade, 61 anos. Conforme a Polícia Civil, cobrança de pensão teria ocasionado o desentendimento que gerou o atentado. No entanto, a jovem não confirma a informação e narra detalhes da sua versão.


No vídeo Franciele confirma que foi com a amiga fazer o programa, embora nenhuma delas tivessem relação com o autor, por ele não conseguir. A sobrevivente afirma que já conhecia Eurílio, mas há um ano não tinha contato com ele, quando ele conseguiu falar com ela e solicitar o programa.

"Ele entrou em contato falou para ir lá que estava com saudades e eu chamei a Jennifer um dia antes, pois estava com medo de ir sozinha, pois já sabia que ele tinha uma fissura por mim, dizia que me amava, mas a gente nunca teve nada, nem relação, não tinha relação pessoal, era ocasional, quando ele pagava para ir lá", relata.

Franciele conta que Eurílio buscou ela e a amiga, passaram no mercado e compraram alimentos para assar uma carne e fazer uma maionese. Chegando na fazenda, a jovem percebeu o comportamento estranho do idoso antes do ataque.

A vítima relata que o idoso a trancou em um quarto de outra casa da propriedade rural, disse que iria matar Jennifer e voltava para matá-la, mas ela conseguiu quebrar a janela e correr para avisar a amiga.

“Já era tarde demais, porque ele já veio com a arma e eu desci correndo gritando, ‘amiga vamos correr’, e ele deu o primeiro tiro, que não pegou em nenhuma de nós duas, nisso começamos a correr em volta da casa, ele deu a volta e nos encontrou, nessa hora ele pede para ela ajoelhar e dá um tiro na cabeça dela”, lembra em lágrimas.

Durante a luta, Franciele sofreu vários ferimentos com uma faca. O idoso conseguiu imobilizá-la e ela perdeu a consciência.

“Ele colocou o corpo da minha amiga na carriola e eu creio que ele levou para o meio do mato, porque essa parte eu não vi, quando eu recobrei a consciência, tentei fugir novamente, ele me pegou e apontou novamente a arma para minha cabeça, tentei lutar com ele de novo, porque eu falei que não iria morrer daquele jeito, pedi pelo amor de Deus. Ele falou para eu deitar no chão porque senão ele iria dar um tiro na minha cara e eu não iria ter velório, foi nessa hora que eu falei pronto, morri, não tenho mais nada a fazer. Ele amarrou a corda no meu pescoço e me enforcou e eu perdi a consciência, eu não me fingi de morta”, explica.

Em seguida, Franciele conta que o idoso a colocou no carrinho e a jogou no meio do mato, com as mãos amarradas. “Ele achou que eu tinha morrido”.

Logo depois a vítima escutou o barulho de mais um tiro. Ela recobrou a consciência e correu o máximo que pôde, porém, o disparo que ela ouviu era do idoso atirando contra a amiga. Em seguida o suspeito começou a persegui-la. “Eu fiquei mais de três horas correndo no meio do mato, andei mais de 20 quilômetros até chegar em outra fazenda, e ele me perseguindo. Passou por mim numa distância de dois metros e não me viu, ele estava com a faca na mão toda ensanguentada, porque queira terminar o serviço”, detalha.