Conheça mais sobre o chá diurético e cheio de propriedades minerais e vitaminas.

Termogênico, hibisco pode até interferir nos hormônios
Chá de hibisco tem muitas propriedades, mas deve ser consumido com moderação. / Foto: Divulgação

Não é de hoje que o hibisco faz sucesso entre as dietas. Preparada como chá, mas utilizada também em sucos, a planta tem efeito diurético e pode até interferir nos hormônios das mulheres. 

De acordo com a nutricionista Rosilma M. Salamoni, o hibisco integra a família Malvaceae, com centenas de espécies, mas apenas a Hibiscus sabdariffa é ideal para o chá. “Diversas partes da planta podem ser aproveitadas na culinária. As folhas são boas para saladas e o cálice na fabricação de geleias, doces, picles, vinhos, vinagre e sucos. Mas é o chá, produzido com os cálices da flor, secos à sombra, a forma mais eficaz de aproveitar suas propriedades”, explica Rosilma. 

O hibisco é rico em minerais, como cálcio, magnésio, ferro, potássio, além de vitamina A e B1. “No cálice das flores encontra-se os polifenóis e este micronutriente apresenta efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios, sendo conhecidos por fornecer a proteção contra doenças cardíacas, reduzir a inflamação que pode causar problemas de saúde como artrite reumatóide e doença inflamatória intestinal, além de impedir a formação de coágulos sanguíneos e apoiar o controle do açúcar no sangue”, ressalta.

A coloração avermelhada do chá não é a toa. Assim como o vinho e a uva, o hibisco tem outro polifenol, a antocianina, potente antioxidante que auxilia na prevenção de doenças cardiovasculares, cancerígenas e inflamatórias. “As antocianinas diminuem o risco de doenças cardiovasculares, pois reduzem a oxidação do LDL- colesterol. Estudos mostram que as taxas de triglicérides, colesterol total e LDL colesterol eram menores no grupo que usava o extrato de hibisco se comparado aos que não usavam. Estudos mostram também que o consumo do chá de hibisco auxilia na redução da pressão arterial. Outras propriedades foram observadas, como o estímulo a queima de gordura corporal, facilita a digestão, regulariza o funcionamento do intestino e combate a retenção de líquido devido a presença de quercetina”, frisa a nutricionista. 

Além disso, o hibisco ainda tem cerca de 2,6 mg de vitamina B1, a cada 200mL. “A substância é também chamada de tiamina, uma das 8 vitaminas que constituem o complexo B. Entre as principais funções do nutriente estão a regulação do gasto energético, participação no metabolismo de carboidratos e metabolização de gorduras e proteínas. Também possui aproximadamente 0,2mg de B2, que é também chamada de riboflavina. Assim como outras vitaminas do complexo B, ela participa da metabolização de proteínas, carboidratos e gorduras, auxiliando o processo de obtenção de energia”, afirma.

Preparo

A nutricionista explica que a temperatura máxima da água, de preferência mineral, é de 65 a 85 graus, ou seja, quando pequenas bolhas começarem a se formar. Para manter as propriedades da folha, a água não pode ferver. “Utilize 200 ml de água, aqueça conforme orientado e adicione 4 a 6 gramas, o equivalente a uma colher de chá da flor seca ou dois a três pacotinhos de chá. Não há uma quantidade ideal para consumir o chá de hibisco, nem há consenso entre os pesquisadores. Mas, em geral, recomenda-se que a ingestão seja diária, na quantidade mínima de 1 xícara de 200mL e máxima de 5 xícaras, ou 1 litro”, explica Rosilma. 

Porém, nem tudo são flores. A planta não é indicada para gestantes e lactantes, nem sem orientação médica, principalmente para pessoas com doenças cardíacas.

O consumo excessivo e prolongado da bebida pode desencadear disfunções hepáticas, além de agravar os sintomas de pessoas com gastrite e refluxo, intensificando a queimação ou o desconforto estomacal, sobretudo por conter xantina, uma substância que tende a irritar as mucosas estomacais de pessoas sensíveis. “

Hormônios

Nesta parte, o hibisco não encontrou consenso entre os estudiosos. De acordo com a nutricionista, há relatos de que o chá interage com o anticoncepcional diminuindo a eficácia. “O que alguns dizem que pode vir a acontecer diz respeito a uma grande ingestão do chá de Hibisco o que poderia fazer com que ele o anticoncepcional pudesse ser eliminado mais rapidamente. Isso se daria por conta da característica diurética do hibisco, que causaria a rápida eliminação do medicamento através da urina. Consequentemente, isso reduz a eficiência em proteger a mulher de uma possível gravidez”, frisa.

Já outras pesquisas relatam que o consumo contínuo do chá poderia interferir na fertilidade da mulher. “De acordo com uma pesquisa feita pela Guru Jambheshwar, uma Universidade de Ciência e Tecnologia da Índia, o chá de hibisco pode alterar a fertilidade da mulher. O estudo foi realizado com o hibiscus colhido na China e o extrato preparado a partir de 500g da planta. Esse estudo evidencia que o consumo contínuo de chá de hibisco interfere nos níveis circulantes do hormônio estrogênio, o que inibe a ovulação da mulher e causa uma infertilidade transitória. O consumo exagerado do chá pode fazer com que sua fertilidade e seus hormônios sejam prejudicados. Para as mulheres que sofrem com a TPM e outras condições do sistema endócrino, o chá de hibisco pode causar piora, devido a interferência no processo de ovulação”, relata.