Min Moon está viajando o mundo e, com sua música única e inusitada, causou curiosidade e interesse na Rua Dom Aquino
Quem passou pela Rua Dom Aquino, ali próximo à esquina com a Calógeras, nos últimos dois dias, se surpreendeu com o som harmonioso vindo de um instrumento muito diferente, tocado pela coreana Min Moon.
Sentada na calçada, ela chamava a atenção não só dos pedestres, mas também dos trabalhadores do comércio em volta. "A gente achou muito interessante. Eu fui até pesquisar na internet qual instrumento é esse", contou o auxiliar de cartório, Nilton Santos, de 30 anos. "Eu achei bonito, é uma novidade, não é?", disse o porteiro Marnei Evangelista de Lino, de 42 anos.
Fomos até o local descobrir a história por trás da estrangeira que fazia tanta barulho na calçada. Assim que chegamos, ela avisa, numa fala enrolada, que não domina o português, apenas um pouco de espanhol e, de preferência, o inglês. Conversamos, então, no idioma pedido.
"Eu sou da Coreia do Sul, mas moro no Canadá. Estou viajando o mundo inteiro e, agora, a América do Sul", explica Min. Quando pergunto sua idade, ela brinca: "Eu estou sempre nos 30 anos", resume, rindo.
O instrumento de percussão que toca chama-se Handpan. É algo novo. Só foi batizado dessa forma em 2007 e, até 2009, apenas quatro marcas no mundo inteiro produziam o instrumento musical. Com as batidas, Min produz uma sonoridade suave, agradável, que lembra bastante as músicas que a própria artista gosta de ouvir. "Eu ouço mantras, gosto muito de Dalai Lama", diz ela, ao explicar seu gosto musical.
As músicas apresentadas na rua são improvisadas. "Eu sinto e vou seguindo o meu sentimento. Quando eu toco, eu esqueço tudo ao redor, me concentro nas batidas da música", descreve.
Min conheceu o diferente instrumento numa das suas viagens, na Europa. Se apaixonou, comprou um handpan e aprendeu a tocar praticamente sozinha.
Parceria - Antes de chegar ao Brasil, a coreana passou pelo México, onde conheceu o artista Enrique Naba, de 25 anos. Eles se tornaram amigos e agora estão viajando juntos.
Os dois chegaram há pouco no Brasil, passaram por São Paulo e já conheceram Bonito. "Um lugar lindo", resume Min. Ela contou que pretendia ficar apenas dois dias em Campo Grande e depois seguiria para outros países da América do Sul, com a única certeza de que iria para o Peru.
"Eu me sinto feliz assim, viajando. Conheço novas culturas, muitas pessoas, comidas", afirma. Pergunto o que ela está achando de Campo Grande. "Eu cheguei faz pouco tempo. Não sei muito, apenas peguei essa chuva. As pessoas, pelo menos, estão gostando muito da minha música", comemora, com um chapéu cheio de dinheiro em frente ao seu handpan.
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Rafael Garcia