Já pensou se as cidades pudessem saber quais são os pontos mais propensos a ocorrer inundações para minimizar os impactos? E sim, isso é possível! O Engenheiro Ambiental, recém-formado pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Cassiano Descovi, desenvolveu uma nova metodologia de cruzamento de mapas geográficos em que é possível detectar quais são as áreas mais suscetíveis a inundações. A ferramenta será adotada pela Defesa Civil de Campinas, São Paulo.
A pesquisa foi feita como trabalho de conclusão de curso e teve o objetivo de criar uma carta com as áreas mais suscetíveis à inundação no município de Dourados. A principal bacia hidrográfica explorada foi a do Córrego Água Boa, pois existe uma ocorrência maior de relatos de inundações nos bairros desta área, principalmente no Cachoeirinha.
De acordo Cassiano Descovi, por meio de informações geográficas da bacia – como: as morfométricas, de altitude, de declividade, de uso de solo – foi feito o cruzamento de mapas e de informações utilizando um Sistema de Informação Geográfica (SIG).
"A conclusão do trabalho mostrou que a ‘mancha’ de maior ocorrência de inundação foi em cima do Cachoeirinha, que é um dos bairros mais impactados do município de Dourados, provando assim que essa é uma ferramenta, que pode ser usada por parte do poder público para tomada de decisão, para prevenção de inundações", relatou.
Segundo ele, todos os mapas e o software estão disponíveis gratuitamente na internet. "O que facilita muito esta metodologia é que tanto o SIG, quanto os mapas foram obtidos de forma livre na internet. Os mapas, especificamente foram obtidos pelo site da Nasa, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Impe), entre outros, então são informações públicas, qualquer um pode utilizar".
Com o trabalho bem-sucedido na UEMS, Cassiano foi aprovado no mestrado em Engenharia Civil, na área de recursos ambientais e energéticos hidrologia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e seu orientador, Dr. André Argollo, entrou em contato com a Defesa Civil do município e apresentou a pesquisa.
"Os responsáveis pela Defesa Civil acharam muito interessante, pois eles estão iniciando um projeto em alguns bairros que tem muita ocorrência de inundação. E a partir daí nós estaremos junto com a defesa civil trabalhando para ajudar a diminuir os casos de inundação em Campinas", explicou.
Campinas é uma cidade modelo no Brasil e faz parte das 45 cidades do mundo que estão dentro do modelo de cidades resilientes da Organização das Nações Unidas (ONU). As chamadas cidades resilientes são aquelas que sofrem catástrofes, mas que conseguem se recuperar rapidamente.
Para a orientadora do trabalho, a professora do curso de Engenharia Ambiental da UEMS, Drª Tais Arriero Shinma, a pesquisa mereceu o reconhecimento devido a qualidade do trabalho. "Eu fico muito contente que a nossa metodologia tenha sido adotada para o projeto de Mestrado dele, que vai ser em parceria com a Defesa Civil do município de Campinas. Isso indica que nós estamos no caminho certo, mostra a capacidade do nosso curso de Engenharia Ambiental da UEMS", ressaltou.
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