Os monges de Tiberíades, 80 quilômetros ao sul de Argel, cujo fim trágico inspirou o filme “Homens e deuses” (2010), do francês Xavier Beauvois, foram sequestrados em março de 1996 em seu mosteiro de Notre-Dame du Atlas.
Dezenove religiosos católicos, incluindo os sete monges de Tibhirin, mortos na Argélia durante a “década negra” da guerra civil, serão beatificados no próximo sábado (8) em Oran, na primeira cerimônia de beatificação realizada em um país muçulmano.
Anunciadas em 23 de maio pelo Grupo Islâmico Armado (GIA), as circunstâncias exatas de seu assassinato ainda não foram esclarecidas.
Ao mesmo tempo, serão beatificados o monsenhor Pierre Claverie – bispo de Orã e ferrenho defensor da reaproximação entre religiões, morto pela explosão de uma bomba em 1º de agosto de 1996 -, além de seis religiosas e cinco monges mortos a tiros entre 1994 e 1995 em Argel e Tizi-Ouzou, leste de Argel.
“Essa cerimônia é uma maneira de destacar a ação desses 19 homens e mulheres que escolheram ficar na Argélia, apesar da violência”, afirmou o cardeal de Argel, monsenhor Paul Desfarges, à AFP.
Além de sua aproximação com a camada mais pobre da população, muitos estudaram árabe e o Corão para estabelecer um diálogo entre cristãos e muçulmanos.
Presidida pelo enviado especial do papa Francisco, cardeal Angelo Becciu, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos (encarregado dos processos de beatificação e de canonização no Vaticano), a cerimônia será realizada na igreja de Notre-Dame de Santa Cruz, na zona oeste da capital.
É a primeira vez que a Igreja realizará em um país muçulmano uma beatificação de mártires, recordou, em Roma, o padre Thomas Georgeon, defensor da causa.
Cerca de 200 mil pessoas morreram durante a guerra, incluindo vários civis, vítimas de ataques, ou de massacres, atribuídos aos grupos islamitas que entraram em confronto com as forças de segurança entre 1992 e 2002.
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