Para ser aprovado em concurso é preciso estudar muito, claro. Alguns dizem até que é preciso se matar de estudar. Errado. Se a pessoa se matar, não vai passar. Mas o pior é que, entre as duas afirmações anteriores, há um bocado de gente que exagera na dose e estuda de forma desequilibrada, o que complica bastante a trajetória.
Concurso público é maratona. Você precisa estar bem. Muito bem. De preferência, conquistar uma preparação de atleta. Não adianta sair numa corrida tresloucada, que não vai levá-lo ao objetivo.
O melhor é ser esperto e usar os recursos da melhor forma, observando se trará um resultado compatível com o esforço empregado. Porque uma coisa é certa: sofrimento não faz passar em concurso.
Reserve de 6 a 8 horas de sono todas as noites. A realidade da maioria dos candidatos é cruel: é preciso conciliar muitas coisas e, não raro, o tempo de dormir termina sendo sacrificado para aumentar o tempo de estudo. Acontece que existe um limite para isso. Dormir pouco vai comprometer o rendimento do estudo do dia seguinte, deixar você irritado por causa do cansaço e, o mais grave de tudo, prejudica a memorização dos conteúdos. Então, o resultado final desta conta é negativo e não compensa o sacrifício.
Alimente-se a cada 3 horas e consuma nutrientes de qualidade. Aqui também a vida corrida pode comprometer a alimentação regular e de qualidade. Mas sabemos que precisamos de um supercérebro para dar conta de tantas informações e isso não será possível se comermos “o que der”, no limite do desespero. O cérebro vai entrando em “ponto morto” para economizar energia e fica difícil fazer o estudo render.
O fato é que a má alimentação acontece muito mais por desorganização e descaso do que por impossibilidade. Leve coisas saudáveis na mochila para consumir no lanche (frutas e barra de cereais, por exemplo) e tenha cuidado na escolha dos alimentos na hora das refeições. Alimentos com Ômega 3 auxiliam diretamente o desempenho do cérebro e são facilmente encontrados (salmão, atum, sardinha, azeite de oliva e óleo de linhaça são alguns exemplos).
Consuma 2 litros de água por dia. É bastante divulgada a necessidade de se consumir boa quantidade de água todos os dias. Mas talvez você não saiba o quanto isso interfere no bom funcionamento do seu cérebro, permitindo a boa comunicação entre os neurônios. O inverso acontece com o consumo de bebidas alcoólicas, que devem ser evitadas.
Caminhe durante 40 minutos, pelo menos 3 vezes por semana. Inúmeros estudos científicos comprovam os efeitos da atividade física aeróbica no cérebro. Acontece algo do tipo produzir “superneurônios”. Nada mais oportuno para quem está numa maratona de concursos públicos.
Além disso, a atividade física reduz sobremaneira o estresse e produz hormônios que favorecem uma sensação de bem-estar, também muito útil nessa etapa de tanta pressão na vida dos candidatos.
Faça intervalos regulares durante o estudo. De modo geral, o candidato prefere estudar “direto”, sem intervalos, na expectativa de adiantar logo o conteúdo, e também porque tem a impressão de que fazer intervalos é perda de tempo – grande engano. Para estudar durante longos períodos de forma produtiva, o cérebro precisa “arejar” e se recuperar do esforço de tempos em tempos.
Assim, pequenas pausas de 15 minutos após 1h e meia ou 2 de estudo, e intervalos maiores entre os turnos (manhã e tarde; tarde e noite) permitem bom rendimento durante todo o período. É possível estudar de 9 a 10 horas por dia desta forma, em 3 blocos de 3 horas (com 15 minutos de pausa).
É o momento também de fazer os lanches (intervalos pequenos), refeições e atividade física (intervalos grandes). Para quem estuda o dia todo, pode até fazer uma soneca após o almoço (é para poucos, eu sei).
Dê comandos positivos para o seu cérebro. O cérebro é muito bom em cumprir ordens, então, vamos tirar proveito disso e dar as ordens corretas. Se você vai começar a estudar uma matéria e se lamenta internamente, dizendo o quanto detesta aquela disciplina, como a considera complicada ou enfadonha, o seu cérebro – que gosta muito de você – vai interpretar isso como um comando e vai tentar salvá-lo desta coisa terrível. A conclusão é que será muito difícil conseguir a colaboração dele, ou seja, atenção e concentração.
Ao contrário, se você vai estudar uma disciplina em que tem dificuldades, mas disser: “Como eu gosto desta matéria, ela é tão interessante” – mesmo que não seja verdade –, o seu cérebro vai enxergar o estudo desta forma. Para o cérebro, não importa se o que você comunica é verdade ou mentira, ele vai funcionar a partir do seu comando. Por isso a gente sofre com filmes dramáticos e sente medo em filmes de terror: mesmo sabendo que não é real, o cérebro reage como se fosse.
Reserve um dia da semana para o lazer. Da mesma forma que os intervalos no estudo são importantes, ter um dia (ou ao menos parte dele) dedicado ao lazer é muito importante para poder seguir na maratona pelo tempo que for necessário (lembre que podem ser meses ou anos), até a aprovação.
É nesse momento que todo o corpo pode efetivamente “voltar ao estado normal” e recuperar as energias para retomar o foco de estudo na semana seguinte. Mas não estou falando de, simplesmente, descansar, mas de ter algum lazer de verdade, que possa voltar a atenção do cérebro para outro tipo de assunto.
Eu sei que a situação financeira da maioria dos candidatos é bastante restrita, mas existem muitas opções de lazer gratuito. E, nesse momento, não é para ficar culpado por não estar estudando: essa atividade também está inserida na estratégia de aprovação, pode ter certeza.
Equilíbrio
As sugestões acima podem parecer irreais de início, mas eu quero lembrar que organizar a rotina semanal ajuda muito a sair do caos e conseguir um estudo equilibrado.
Faça um plano de estudos, com horários a cada dia, e distribua as matérias para cada período de estudo no mês. Essa providência ajuda a resolver praticamente todos os itens acima. Os outros dependem de você.
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