O governo da Venezuela denunciou nesta terça-feira o que considera "maquinações" de uma "tríplice aliança" da "extrema direita" do sul do continente, formada por Argentina, Brasil e Paraguai, para tentar dificultar sua presidência temporária do Mercosul, uma função que assumiu apesar da oposição desses países.
A Venezuela, "em pleno exercício" da presidência temporária do Mercosul, "denuncia as maquinações da extrema direita do sul do continente, formada por uma nova Tríplice Aliança, que vem agindo de maneira mal intencionada, através de manobras ilícitas, para tentar dificultar o que por Direito lhe corresponde", afirmou a Chancelaria venezuelana em comunicado.
O governo venezuelano reiterou que o país exerce a presidência do bloco "legalmente" desde 29 de julho e, nesse sentido, rejeitou "a invenção de uma fraudulenta" tese de um vazio na mesma.
O Ministério das Relações Exteriores venezuelano garantiu que a tríplice aliança "pretende reeditar uma espécie de Operação Condor contra a Venezuela, que fustiga e criminaliza seu modelo de desenvolvimento e democracia, uma agressão que não hesita, inclusive, em destruir a institucionalidade e a legalidade do Mercosul", segundo a nota emitida pelo mesmo.
Além disso, a Chancelaria venezuelana sustenta que por trás deste suposto plano "estão aqueles que sempre conspiraram contra a união sul-americana com o objetivo de impor o Consenso de Washington", com "a falsa convicção" de acabar com a chamada "revolução bolivariana".
"Forças retrógradas e neoconservadoras tentam trazer mais uma vez as nefastas políticas neoliberais que mergulharam os povos do Sul na pobreza, na miséria, na desigualdade e na exclusão de seus direitos humanos", garantiu o Ministério venezuelano no texto.
O governo chavista alertou aos povos dos países que integram o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Venezuela e Uruguai) sobre "as mentiras dos inimigos da integração" e da união do bloco sub-regional.
Através de uma carta da qual a Agência Efe teve acesso no último sábado, a Venezuela anunciou aos países-membros do Mercosul que estava assumindo a presidência temporária do bloco regional, depois de que o Uruguai confirmou o fim de seu mandato.
Na carta, a Chancelaria venezuelana afirmou que estava assumindo a presidência com fundamento no artigo 12 do Tratado de Assunção e em correspondência com o artigo 5 do Protocolo de Ouro Preto.
Além disso, o governo chavista assegurou que esses artigos são os "únicos instrumentos normativos fundacionais que regulamentam a procedência e a continuidade da presidência Pró Témpore" do Mercosul.
O Uruguai também considerou que não havia nenhum preceito legal que impedisse a Venezuela de assumir a presidência.
O chanceler do Paraguai, Eladio Loizaga, considerou, no entanto, que esse anúncio era "uma decisão unilateral da Venezuela" porque, de acordo com os protocolos, a presidência temporária do Mercosul não pode ser transferida de forma automática.
Argentina, Paraguai e Brasil rejeitaram o anúncio feito pela Venezuela de que passaria a exercer o cargo, o que lhe corresponderia segundo a ordem alfabética que determina a transferência.
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